A GNR na 32ª VOLTA AO ALENTEJO: Trabalho cumprido de forma muito digna e competente.


O trabalho atribuído ao efetivo do Destacamento de Trânsito Eventual foi cumprido de forma muito digna e competente, contribuindo assim, à sua medida, para o sucesso da prova. O sucesso da “Alentejana” é também o sucesso da Região Alentejo.

GNR Trânsito_800x800Em 2014 a Guarda Nacional Republicana constituiu um Destacamento de Trânsito Eventual para acompanhar a 32.ª edição da Volta ao Alentejo em Bicicleta, tendo o comando operacional, logístico e financeiro do mesmo sido atribuído ao Comando Territorial de Évora.

Como Comandante desse Destacamento de Trânsito, tendo a missão de garantir o acompanhamento e a segurança móvel de toda a caravana da “Alentejana”, tive a responsabilidade de coordenar uma equipe composta por um efetivo de 17 militares e 14 viaturas (ligeiros e motociclos) incluindo as equipas de apoio permanente de mecânica e de militares técnicos de sistemas de comunicação.

A prova desenvolveu-se nos distritos de Portalegre, Évora, Beja e Setúbal, iniciando-se, cruzando e terminando quatro das etapas, em área territorialmente da responsabilidade exclusiva da GNR, com exceção para a 1ª, 2ª e 5ª, as quais as duas primeiras etapas, tiveram passagem por Portalegre e Estremoz (cerca de 1,5km) cuja área foi policiada pela PSP, sendo que a 5ª e última etapa terminou em Évora, área também policiada pela PSP.

Considero que neste tipo de provas é imprescindível um trabalho inicial de bom reconhecimento dos percursos, após o que, e como se diz da gíria, “metemos mãos à obra “, tendo em três dias efetuado o trabalho de campo de passagem pelos percurso das cinco etapas da prova e percorrido cerca de 1510 Km. O reconhecimento é, sem qualquer dúvida, uma fase crucial e fundamental para um bom desenrolar da prova, servindo para prever e acautelar zonas complicadas em termos de trânsito e do desenvolvimento da competição, contribuindo assim de forma decisiva para o sucesso da nossa missão.

Para facilitar e auxiliar o trabalho do efetivo do Destacamento de Trânsito Eventual e contribuir para uma melhor visualização dos trajetos e das dificuldades, foram fotografados os locais mais importantes, os pontos de referência e as zonas críticas, tendo especial atenção à natureza das vias a utilizar, perfil, estado de conservação e demais condições de interesse, tipo e níveis de tráfego de trânsito das estradas por onde a prova iria decorrer, deixando para o final o trabalho relativo ao centro das localidades, áreas onde tradicionalmente o trajeto tende a ser mais confuso.

O sucesso deste tipo de missão depende também do imprescindível apoio dos Comandos Territoriais locais da GNR, bem como das Esquadras da PSP (nas áreas respetivas), tendo todos os contactos sido realizados à medida que o reconhecimento do percurso se ia desenvolvendo, para que nada falhasse na coordenação da segurança estática, nos dias e às horas indicadas.

Depois de efetuado o reconhecimento e acertados todos os aspetos logísticos, os militares nomeados para constituir o Destacamento de Trânsito Eventual foram mandados apresentar no dia antes do início da prova em Portalegre, para uma reunião, com o objetivo de traçar missões individuais e possíveis esquemas de evolução no terreno ao longo da prova e ainda determinar as regras de conduta para o período da prova.

Foi estabelecido contacto com o Diretor da Prova e com o Presidente do Colégio de Comissários, no sentido de coordenar os aspetos técnicos da prova, sendo ambos elucidados da forma como a GNR ia efetuar o policiamento, tanto ao nível da evolução da competição como do apoio estático.

No dia 26 de Março teve inicio a prova e, tal como os ciclistas, também todo o efetivo estava ansioso, pois era evidente a preocupação em garantir a segurança dos ciclistas, de todos os elementos da caravana e dos restantes utentes das vias, bem como de regular, orientar e disciplinar o trânsito ao longo dos itinerários percorridos pela prova. Tudo isto sem descurar a segurança individual de cada motociclista, o que é sempre uma preocupação acrescida.

Diariamente antes de cada etapa, era efetuado contacto com o Diretor da Prova – Joaquim Gomes – e com o Presidente do Colégio de Comissários, no sentido de acertar os últimos pormenores, após o que era realizado o briefing com os militares.

O facto de a “Alentejana” ter o início e o fim das etapas em localidades distintas, implica que tenha sido percorrido um elevado número de quilómetros antes e depois das etapas, o que obriga a uma especial atenção ao desgaste físico e ao cansaço, visto que cada militar efetuou em média mais 652 km do que aqueles que constituíram a quilometragem oficial da prova, que era de 897 Km. Ao todo, foram efectuados pelo efetivo do Destacamento de Trânsito aproximadamente 21.680 Km, chegando por vezes os militares a fazerem mais de 6 horas de condução, sem qualquer descanso, o que constitui uma acrescida e constante preocupação com os níveis físicos e psicológicos, até chegarmos ao local de pernoita. Ainda assim, e até ao merecido descanso, existia diariamente algum trabalho final, nomeadamente no respeitante abastecimento de combustível, limpeza, inspeção mecânica e pequenas reparações nas viaturas.

Durante o decorrer das etapas, apesar da existência de algumas zonas sensíveis e pontos críticos ao longo do itinerário (nomeadamente as descidas acentuadas, vias sinuosas e/ou estreitas dentro e fora das localidades, maior fluxo de trânsito, mau estado do pavimento, condições atmosféricas adversas, entre outros) foi possível, através do serviço efetuado pelo Destacamento de Trânsito Eventual e pelo dispositivo das Subunidades Territoriais, concluir todas as etapas sem que se registasse qualquer incidente que tivesse posto em causa, direta ou indiretamente, a segurança individual ou coletiva dos atletas bem como da própria caravana de apoio à 32.ª Volta ao Alentejo.

Por último, julgo ser de destacar que todo este avultado trabalho atribuído ao efetivo do Destacamento de Trânsito Eventual da 32.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta foi cumprido de forma muito digna e competente, contribuindo assim, à sua medida, para o sucesso da prova e para a continuação da sua valorização a nível desportivo.

O sucesso da “Alentejana” é também o sucesso da Região Alentejo.

O Comandante Destacamento de Trânsito Eventual

José Manuel Freire Vieira

Capitão


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