Almodôvar: Condutor de autocarro que se despistou na A2 condenado a pena suspensa.
Três anos e 10 meses de prisão, suspensa, para condutor do autocarro onde morreram três A2.
O condutor do autocarro que se despistou na A2 em 2015, causando três mortos e sete feridos graves, foi condenado a três anos e dez meses de prisão, suspensa, e proibido de conduzir durante um ano.
Joaquim Oliveira de Matos, de 53 anos, foi ontem à tarde condenado por um coletivo de Juízes do Tribunal de Beja a uma pena de três anos e dez meses de prisão em cúmulo jurídico, mas suspensa, e ainda a uma pena acessória de um ano sem poder conduzir.
O arguido estava acusado e foi condenado por três crimes de homicídio negligente e sete crimes de ofensa à integridade física negligente, um grave e seis simples (Resumo das penas: três crimes de homicídio negligente: 1 ano e 3 meses de prisão por cada um, um crime de ofensa à integridade física negligente grave: 8 meses de prisão, seis crimes de ofensa à integridade física negligente simples: 3 meses de prisão por cada um. Total de anos de prisão: cinco anos e onze meses. Cúmulo jurídico: três anos e dez meses de prisão, suspensa pelo mesmo período). A companhia de seguros foi condenada a pagar uma indemnização de 102 mil euros a uma das vítimas.
Durante a leitura do acórdão a juíza Ana Batista interrompeu para verberar o comportamento do arguido que sorria e discordava com abanos de cabeça, dizendo-lhe “o senhor está divertido. Mantenha-se sossegado e sem rir quando eu falo”, lembrando-lhe que o caso era muito grave.
Antes já a magistrada tinha censurado a postura do arguido durante o julgamento “quando apostou uma versão, que não sei como classificar, que a culpa era do veículo”, rematando que o acidente foi de uma grande violência. O arguido sustentou sempre a sua defesa no facto de “sem saber porquê o autocarro fugiu para a direita”.
No final da leitura do acórdão, Gilberto Quental, o advogado de Joaquim Matos, revelou ao JN que iria recorrer da decisão, nomeadamente, porque “houve prova que não foi produzida em tribunal. O autocarro nunca esteve apreendido à ordem do processo para ser devidamente inspecionado pelas forças de segurança. O meu cliente nunca teve um acidente”, rematou.
No acidente que aconteceu no dia 19 de junho de 2015, às 18,30 horas, ao quilómetro 192,8 da Autoestrada do Sul (A2), com um autocarro da Barraqueiro, a prestar serviço para a Renex, rede expresso, que fazia a ligação entre Lagos e Lisboa (Gare do Oriente) transportando 19 passageiros, morreram José Sousa Moura, Maria da Boa Hora Mestre e Astrid Scheubert, uma cidadã alemã, residente em Lagos, que foram projetados para fora do veículo e tido morte do local.
Teixeira Correia
(jornalista)