Vidigueira: Luís Amado- De autarca a guia turístico.
Durante 16 anos foi autarca. Quatro como secretário executivo e 12 como presidente da Junta de Freguesia de Vila de Frades, concelho de Vidigueira, tendo num dos mandatos acumulado com a função de adjunto do presidente da Câmara.
Profissão: Agente turístico
Residente: Vila de Frades (Vidigueira)
Em 2012, foi figura de destaque quando o Governo do PSD, lançou a lei da reorganização administrativa das autarquias locais que procedia à fusão de freguesias.
Luís Amado afrontou o então secretário de Estado, Paulo Júlio e disse-lhe: “se a lei dos 3 quilómetros para a fusão for aprovada, mudo a sede da junta para as Ruínas de São Cucufate, que a 4 quilómetros, contorno-a e evito a fusão”. Esta posição foi fraturante e o Governo retrocedeu e retirou da lei o parágrafo dos “quilómetros da fusão”.
Em 2015 e com o fim da “vida política”, Luís Amado virou-se para um projeto que tinha pensado e amadurecido durante 10 amos, criar uma empresa turística. No ano seguinte nasce a empresa “Janelas do Alentejo Turismo”. Num investimento a custo zero, e sem recurso a dinheiros comunitários, uma vez que todos os bens, eram de Luís e da mulher Alexandra, que além de tratarem de toda a logística, são também os guias turísticos.
As características únicas do projeto, começam logo na sede da empresa. Trata-se de uma antiga adega, com as tradicionais talhas vinícolas de Vila de Frades, que foi recuperada e onde os visitantes tomam o primeiro contato com a região.
A ideia inicial era “vender o produto turístico” dos concelhos de Vidigueira, Cuba e Portel, mas, rapidamente a fama extravasou fronteiras e foi alargada todo o país e à Extremadura espanhola.
Um dos programas mais procurado é o Vidigueira-Rota do Pão Vinho e Gastronomia, que inclui visitas a museus, adegas, almoço e guias, e custa 30 euros por pessoa/ dia, para grupos entre 20 e 50 pessoas.
“No final do dia há uma visita a lojas de comércio tradicional, para os visitantes adquirirem os produtos locais, como o pão, enchidos, vinho e o mel. Há médias de aquisições por grupo, na ordem dos 500 euros. Um excelente retorno”, justifica Luís Amado.
A ideia é “aproveitar as especificidades de cada região. Portel, pelo lago de Alqueva, Olivenza, pela história portuguesa”, deu como exemplos o guia, que vai mais longe nos seus sonhos: “o foco futuro é ter uma rota por cada um dos catorze concelhos do Baixo Alentejo”, remata Luís Amado.
Desde o início do projeto, que as “Janelas do Alentejo” estão escancaradas para as parcerias, nomeadamente com adegas privadas para visitas, como para a Entidade Regional de Turismo (ERT). “Estamos em sintonia. A ERT na divulgação das rotas e nós no acolhimento de visitantes”, remata feliz o antigo autarca.
Teixeira Correia
(jornalista)