Beja: Colisão entre automóvel e carroça que provocou cinco mortos, chega a julgamento.


Um septuagenário vai ser julgado pela morte de cinco pessoas em colisão entre automóvel e carroça. O acidente ocorreu em setembro de 2015, na EN2, no acesso a Castro Verde. Faleceram os pais e três filhos.

Três anos depois, um cidadão suíço, residente em Albufeira, vai começar a ser julgado no Tribunal de Beja, acusado de cinco crimes de homicídio negligente e um crime de ofensa à integridade física negligente, em resultado da colisão do ligeiro de passageiros conduzido pelo arguido e um veículo de tração animal, em que viajavam seis pessoas da família Serrano, de etnia cigana, tendo morrido os pais e três filhos.

O acidente ocorreu às 19,50 horas do dia 21 de setembro de 2015, na EN2, próximo do nó do IP2, no acesso à vila de Castro Verde, quando o Mercedes conduzido por J.J.Pagnard, de 77 anos, fazia a ultrapassagem da carroça da família que procedia de Aljustrel, com destino a Castro Verde, acabando por embater na parte traseira esquerda, provocando a queda e a morte de cinco pessoas e ferimentos graves numa rapariga, a única sobrevivente, agora com 17 anos.

Do embate, e no local do acidente, tiveram morte imediata, o casal, António Serrano, de 35 anos e Bárbara Nobre, de 38 anos, e os dois filhos, Manuel Serrano, de 10 anos e Tânia Serrano, de 7 anos. Duas horas após o acidente e pouco tempo depois de ter dado entrada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, faleceu Carlos Serrano, um bebé de 10 meses, que tinha sido evacuado de helicóptero em estado muito grave, elevando para cinco o número de vítimas mortais de uma colisão.

Beatriz Serrano, 14 anos, foi a única sobrevivente do acidente, que após ter alta clínica do Hospital de Beja, para onde fora transportada, foi entregue aos cuidados dos avós paternos, que viviam em Espanha e regressam a Portugal logo que tiveram conhecimento da tragédia.

Mas o caso teve outros contornos, já que uma viatura conduzida por Fernando C., um cidadão português, que precedia a de J.J.Pagnard, acabou por atropelar diversos objetos projetados da carroça e ainda o seu condutor António Serrano.

As investigações e a autopsia revelaram que o óbito do patriarca da família Serrano aconteceu na sequência da violência da queda que lhe provocou a morte imediata. Fernando C, ainda esteve acusado do homicídio de António, mas acabou por deixar tal situação, uma vez que quando ocorreu o atropelamento a vítima já estava cadáver.

Os condutores dos dois automóveis envolvidos no acidente e dados como feridos ligeiros, foram atendidos no local, tendo depois, por questões de segurança sido transportado para o posto da Castro Verde da GNR, por uma equipa do Destacamento de Intervenção do Comando Territorial de Beja, que foi ativado para evitar eventuais agressões de familiares e amigos das vítimas.

O caso chega a julgamento três anos depois, uma vez que a juíza a quem foi distribuído o processo para julgamento arquivou o mesmo, tendo o Ministério Público, recorrido da decisão para o Tribunal da Relação de Évora que mandou efetuar o julgamento.

Vítimas mortais

António dos Reis Serrano- 35 anos, Barbara do Carmo Nobre- 38 anos, Manuel dos Reis Nobre Serrano- 10 anos, Tânia Isabel Nobre Serrano- 7 anos e Carlos Nobre Serrano- 10 meses

Sobrevivente

Beatriz Nobre Serrano- 14 anos (à data do acidente)

Teixeira Correia

(jornalista)


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