Beja: Hospital sem obstetra no Serviço de Urgência. Grávidas mandadas para Évora.
A falta de médico no Serviço de Urgência (SU) do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, fez com que ontem as grávidas tivessem que recorrer, pelos próprios meios, aos serviços do Hospital do Espírito Santo, em Évora, tendo que percorrer mais de 80 quilómetros sem qualquer assistência médica.
Em causa esteve o facto da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) não ter conseguido nomear um segundo médico de Obstetrícia e Ginecologia para o SU, o que levou à inviabilização do atendimento das parturientes desde as 08,00 horas.
Segundo apurou o lidador Notícias (LN), nas Urgências não foram aceites as inscrições das mulheres grávidas, nem foram feitos quaisquer pré-atendimentos para determinar o seu estado de gravidez, sendo-lhe comunicado ou à família, que tinham que recorrer pelos seus meios a outra unidade hospitalar e a mais perto era o Hospital de Évora.
Na manhã de ontem (domingo), pelo menos duas mulheres grávidas, em situações urgentes, foram encaminhadas para aquela unidade hospitalar. A situação reportou-se também ao CDOS, que foi informado pela administração da ULSBA, que “não existiria obstetra no SU”.
A falta do especialista foi confirmada ao LN pela administração da ULSBA, justificando que “por imperativo familiar o médico escalado não pode assegurar o serviço”, acrescentando que “a partir das 15,00 horas a situação estará ultrapassada”, remataram.
Após um segundo contato posterior àquela hora, a administração justificou que a partir das 20,00 horas fica “estabilizada e com dois médicos na Urgência”. No entanto o nosso jornal apurou que o obstetra entrou de serviço era destinado somente para as doentes internadas no Serviço de Obstetrícia, que funciona no 5º piso do Hospital de Beja. As doentes que chegavam às urgências continuavam, a ser encaminhadas para outros hospitais, sem sequer passar pela triagem.
O Lidador Notícias apurou que o documento enviado, via mail, pela ULSBA ao CODU e por este encaminhado para os comandos de bombeiros do distrito, referia que “num período de 24 horas, a partir das 08,00 horas de domingo” não havia obstetra no SU do Hospital de Beja, Posteriormente e depois dos contatos feitos pelo LN, a confirmar a falta do clínico, foi enviado novo mail a dar conta que a partir das 20,00 horas a situação “voltaria à normalidade”.
Teixeira Correia
(jornalista)