Beja: Enfermeiro condenado a seis anos de prisão por um crime de abuso sexual.
Enfermeiro que exercia funções no Hospital de Beja foi condenado a seis anos de prisão por um crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. Fica inibido de exercer a profissão e a pagar indemnização à vítima.
Seis anos de prisão, suspensão do exercício de funções pelo mesmo tempo e 15.000 euros de indemnização à vítima, foram as decisões do acórdão proferido pelo Tribunal Coletivo do Juízo Central Criminal do Tribunal de Beja, que condenou ontem um enfermeiro por um crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência.
A vítima, que se constituiu assistente no processo, assistiu ao lado do seu advogado, à leitura do acórdão.
Bruno E.C., de 36 anos, estava acusado de dois crimes que o Coletivo considerou como um só crime forma continuada, perpetrados contra uma mulher doente que recorreu ao serviço de urgência do Hospital de Beja, num caso ocorrido na madrugada de 18 de julho de 2013, numa casa de banho daquele serviço hospitalar.
O Ministério Público sustentou na acusação que a mulher ficou incapaz para qualquer reação ou movimento do corpo, em virtude da medicação aplicada e também pelo facto de estar sob a influência de estupefacientes.
Durante a leitura do acórdão, a magistrada Mariana Piçarra, considerou que o tribunal “deu como provada toda a factualidade da acusação”, sustentando que o perito forense ouvido durante o julgamento “foi claro, objetivo, imparcial e com um discurso tecnicamente sustentado”, concluiu.
A juíza justificou que para este tipo de crimes “as medidas de prevenção são grandes” acrescentando que é necessário “dissuadir os autores destas práticas”, rematou.
O arguido vai aguardar em liberdade o trânsito em julgado da decisão do Coletivo, tendo no final de leitura a sua defensora, Dulce Amaral, dito ao Lidador notícias (LN) que vai “apresentar recurso para a Relação”, mostrando-se muito agastada com aquilo que disse ser “a maior injustiça de sempre que aconteceu no Tribunal de Beja”, concluiu.
Tido no seio do Hospital de Beja, como “um excelente profissional e uma pessoa integra”, depois dos acontecimentos e a seu pedido, o enfermeiro foi transferido para um serviço de urgência básica (SUB) de um Centro de Saúde de outra localidade do distrito, onde ainda se encontra.
Quem conhece o caso, afirma que a mudança teve a ver com “a capacidade profissional do enfermeiro para o reforço do atendimento no SUB e não como resultado de qualquer processo interno”, referiu.
Teixeira Correia
(jornalista)