Força Aérea: Hangar da BA11 vai receber novos aviões KC-390.


Beneficiação de hangar da BA11 para os novos KC-390, que vão substituir os C-130H, vai custar 4,5 milhões. O hangar 131-264 “foi a casa” dos Alpha-Jet.

A Força Aérea Portuguesa (FAP) lançou um concurso público para a beneficiação do hangar 131-264 da Base Aérea (BA) 11, em Beja, destinado a receber as novas aeronaves KC-390 que vão substituir os C-130H, ao serviço da FAP desde 1977.

O investimento na infraestrutura da BA11 tem um valor de 4,5 milhões de euros e implica a total renovação do edifício que durante muitos anos “foi a casa” dos Alpha-Jet, da Esquadra 103-“Caracóis”, que segundo a página na internet do Estado Maior da Força Aérea (EMFA) em 2018 “não foi desativada, aguardando atualmente a atribuição de uma nova aeronave”, com o fim de vida das aeronaves que a FAP tinha recebido da Alemanha, depois da Força Aérea daquele país ter deixado Portugal. Além do hangar, também os acessos rodoviários ao mesmo vão ser beneficiados.

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros de 11 de julho de 2019, que autorizou a realização da aquisição de cinco aeronaves KC-390 e de um simulador de voo ao consórcio Embraer, SA e Embraer Portugal, SA, a primeira aeronave deverá chegar à BA11, em 2023.

A aquisição das cinco aeronaves e do simulador envolve um montante superior a 606 milhões de euros, a que se juntam mais de 221 milhões de euros, ambas as rubricas acrescidas de Iva, esta última referente a serviços logísticos, equipamentos eletrónicos e à concretização do programa de aquisição e sustentação das aeronaves.

A vinda para a unidade militar de Beja da Esquadra 501-“Bisontes” prende-se com a deslocação das esquadras de transporte da BA6 do Montijo, com vista à requalificação desta base, enquanto aeroporto complementar da Portela, em Lisboa.

Relatório da Roland Berger

Uma das conclusões do documento feito para a ANAC defende que a requalificação da Base Aérea (BA) 6 no Montijo, como aeroporto complementar a Lisboa, passa pela deslocação de infraestruturas nacionais e da NAYO, como o Centro de Treino e Sobrevivência da Força Aérea, e ainda “a capacidade de armazenamento de armas e munições, dos paióis existentes na BA6 para a BA11 em Beja. Também é sustentada a transferência dos C295 operados pela Esquadra 502-“Elefantes”

Esquadra 103-“Caracóis” (retirado da página do EMFA)

Em janeiro de 1987, foi transferida para a Base Aérea Nº11, em Beja. Nos meses seguintes a junho de 1993, preparou-se para iniciar uma nova etapa da sua briosa história, a operação com o sistema de armas AlphaJet. A 6 de outubro de 1993 dá-se a primeira missão em AlphaJet ostentando a Cruz de Cristo.

Outro capítulo nobre na longa história da Esquadra  foi a sua tradição em acrobacia. No ano de 2001 ressurge a oportunidade de voltar a haver uma patrulha acrobática na Força Aérea Portuguesa e é dada à 103 a responsabilidade de preparar uma demonstração de performance em AlphaJet. O renascimento de uma patrulha acrobática, denominada “Parelha da Cruz de Cristo” restituiu à Força Aérea Portuguesa, as antigas tradições em acrobacia, sendo que a partir de 2005 a patrulha passou a designar-se “Asas de Portugal”, os Asas foram desativados no ano de 2010. Em 13 de janeiro de 2018, as aeronaves Alpha-Jet realizaram o seu último voo.

Teixeira Correia

(jornalista)

Foto: EMFA


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