Manuel Narra, antigo presidente da Câmara Municipal de Vidigueira, que o Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora acusou do crime de peculato e falsificação de documentos, vai a julgamento perante tribunal coletivo.
A decisão instrutória foi anunciada esta quarta-feira por uma juÃza de 1ª Instância do Tribunal de Competência Genérica de Cuba, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de termo de identidade e residência.
De recordar que, no passado mês de abril, o MP acusou o ex-autarca de ter recebido “ajudas de custo indevidas” entre 2013 e 2017. Acusação que levou Manuel Narra a pedir a abertura de instrução do processo.
Sempre eleito pela CDU, o antigo presidente da autarquia vidigueirense entre 2005 e 2017 tentou, sem sucesso, voltar a liderar a câmara nas últimas eleições autárquicas, desta vez como cabeça de lista de um movimento de cidadãos.
Em janeiro de 2018, foi enviada ao MP uma denúncia anónima que o acusava de cobrar quilómetros ao municÃpio, apesar de lhe ter sido atribuÃdo um carro, na qualidade de presidente da autarquia. Situação que, avançou, na altura, a denúncia, terá lesado os cofres municipais em cerca de 40 mil euros.
Quando a acusação se tornou pública, Manuel Narra defendeu-se explicando que, em 2013, foi viver para casa dos filhos, na Costa da Caparica. “Essa era a morada fiscal efetiva e daà ia trabalhar para a Vidigueira”, justificou. Argumento que não convenceu a juÃza, que decidiu, esta quarta-feira, remeter o processo para julgamento.
Teixeira Correia
(jornalista)