A BA 6 no Montijo já deverá ter aviões a aterrar em 2026. Que futuro terá a unidade e para onde serão deslocadas as esquadras é a questão que se coloca. BA11 pode ver fortalecida a capacidade operacional ?
Segundo fonte do Ministério das Infraestruturas, a decisão consiste em três passos. O primeiro é fazer algumas obras no imediato no Humberto Delgado. Em segundo lugar, o Montijo já deverá ter aviões a aterrar em 2026. Serão necessários 12 a 18 meses para fazer uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) e mais três anos para obras. Em terceiro lugar, o Governo avança, também, com o cenário de Alcochete, infraestrutura que poderá estar pronta em 2035. Ou seja, Alcochete é a grande aposta de longo prazo.
A questão que se coloca, é qual será o futuro BA6 no Montijo, enquanto base militar da Força Aérea e às esquadras de voo e ao Centro de Treinos. São deslocadas para outras unidades ? Quais ? Qual será o futuro papel da BA 11, para além de receber os novos KC 390 a serem operados pela Esquadra 501.
Atualmente a BA6 conta com as frotas C-130 HERCULES (Esquadra 501-“Bisontes”), que vai ser deslocada para a BA11, os C-295M (Esquadra 502-“Elefantes”), FALCON 50 (Esquadra 504-“Linces”) e helicópteros EH-101 MERLIN (Esquadra 751-“Pumas”). Nas instalações da unidade funciona também o Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA).
Recorde-se que em junho de 2020, o então Ministro da Defesa revelava que a Esquadra 501-“Bisontes”, que opera os C-130 e vai passar a operar os novos KC 390, fabricados pela empresa brasileira Embraer, que vão substituir os atuais Hercules, passará da BA6, no Montijo, para a BA11.
Nesta altura a FAP está a realizar um investimento de 9,8 milhões de euros na BA 11, construindo o edifício para a Esquadra 501 e para o simulador de voo, obras que custarão 5,3 milhões de euros, e a requalificação do hangar 131-264, cujas obras já estão em curso, com um preço base de 4,3 milhões de euros. O hangar alvo de grande requalificação, foi durante muitos anos “a casa” dos Alpha-Jet, da Esquadra 103-“Caracóis”, suspensa em 2018 com o fim de vida das aeronaves recebidas da Alemanha.
Face às condições que a unidade dispõe poderá receber os C-295M (Esquadra 502-“Elefantes”) e o Centro de Treino de Sobrevivência da Força Aérea (CTSFA) ? São duas questões que poderão ter respostas nos próximos dias.
Em sentido inverso está a Esquadra 552-“Zangões”, com os novos Koala que deverá ainda em 2022, deixar a BA11 e rumar à BA1, em Sintra.
Teixeira Correia
(jornalista)