Quatro indivíduos com idades entre os 48 e os 68 anos, todos residentes em Aljustrel, foram condenados a penas de prisão pelo crime de tráfico de estupefacientes, tendo dois sofrido penas efetivas e ficado em prisão preventiva. Entre os quatro arguidos dois são pai e filho.
Em julgamentos realizados perante um Coletivo de Juízes no Tribunal de Beja, no primeiro processo julgado no início da semana, Daniel B., de 46 anos, foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão, encontrando-se em prisão preventiva desde em 23 de novembro de 2021, quando lhe foram apreendidas 12 doses de heroína, com o peso total de 16, 152 gramas e 37,60 euros, além de diverso material usado no tráfico de droga. Estava em liberdade condicional desde o início de 2021, depois de condenado a 7 anos de prisão, furto, furto qualificado e roubo,
José C., de 63 anos, foi condenado a 5 anos de prisão, suspensa pelo mesmo período, encontrava-se detido desde 6 de setembro de 2021, tendo saído em liberdade após a leitura do acórdão. Quando a GNR o deteve tinha na sua posse de 99,239 gramas de heroína, 2,260 gramas de cocaína e 220 euros em notas, tendo depois numa busca na residência sido encontradas mais 67,946 gramas de heroína e diversos artefactos para o retalho dos estupefacientes.
José C., de 68 anos, pai de Daniel, foi condenado a 1 ano e 6 meses de prisão, também suspensa na execução. Um mês antes da detenção do filho, foi apanhado numa ação de vigilância da GNR à casa dos arguidos, a fazer entrega de heroína a um toxicodependente, tendo ainda no dia da detenção de Daniel sido apreendidos 190 euros em notas, no interior do seu quarto.
Num outro processo terminado ontem na primeira instância, António A., de 59 anos foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão, pelo crime de tráfico de estupefacientes, continuando como preso preventivo a aguardar o desenrolar do processo. O indivíduo tinha sido condenado em 2020 a três anos de pena suspensa pelo mesmo crime e no período de suspensão voltou a ser detido em 21 de novembro de 2021, tendo na sua posse 14,777 gramas de heroína, 55 euros e diversos recortes de plástico com resíduos de estupefacientes. Foi-lhe ainda apreendida uma agenda do ano de 2010, com um elevado número de contactos telefónicos manuscritos de consumidores e heroína, registos de lucros e despesas realizadas com a venda do produto estupefaciente.
Nos dois julgamentos foram arroladas como testemunhas de acusação cerca de meia centena de consumidores, na esmagadora maioria residente residentes na vila de Aljustrel.
“Pópó”, líder do “gangue do milhão”. Entaipou 1,2 milhões de euros nas paredes.
Em julho do corrente ano, num dos julgamentos mais mediáticos pelo tráfico de estupefacientes, Joaquim F., de alcunha o “Pópó”, residente numa aldeia do concelho de Aljustrel, foi condenado a 12 anos de prisão e a quem a PJ apreendeu, na Aldeia do Rouquenho, concelho de Ferreira do Alentejo, cerca de 1,2 milhões de euros, a maioria das notas entaipadas na parede e 91,5 quilos de canábis, além de viaturas e motas de alta cilindrada.
Teixeira Correia
(jornalista)