“Reforço orçamental de 8,3% na Defesa no próximo OE2023”, referiu António Costa na apresentação do primeiro KC-390, na manhã desta quarta-feira na Base Aérea 11, em Beja.
“Ninguém em Portugal tem dúvidas sobre a importância das Forças Armadas e a sua necessária capacitação, daí que no Orçamento de Estado (OE 2023) que vai discutido na assembleia da República há um reforço de 8,3% na Defesa”, revelou o Primeiro-ministro na manhã desta quarta-feira na Base Aérea (BA) 11, em Beja, onde assistiu à apresentação da primeira aeronave KC-390.
António Costa sublinhou que “este é um ano particularmente dramático e o reforço das Forças Armadas (FA) é essencial para o País, visando as novas missões que nos estão acometidas”, acrescentando que este “é um dia importante para as FA e para Portugal”, concluiu.
O chefe do Governo justificou que “é importante assegurar a operacionalidade não de meios materiais mas em meios humanos, para rentabilizar os 827 milhões investidos nos cinco aviões”, acrescentando que no “próximo ano vai ser apresentada a revisão quadrienal da Lei Militar”.
António Costa lembrou que com o KC-390 “é também a primeira vez que a indústria portuguesa produz componentes essenciais de uma aeronave”, justificando que este é um projeto três em um: “capacitação das Forças Armadas em particular da Força Aérea, estreitamento das nossas relações com o Brasil e desenvolvimento no nosso cluster aeronáutico como importante componente da economia nacional”, rematou.
Por seu turno a ministra da Defesa, Helena Carreiras defendeu que com esta novas aeronaves fica garantida “velocidade, alcance e modernidade no apoio logístico às forças destacadas em missões”, concluiu.
O Chefe do Estado Maior da Força Aérea (CEMFA) lembrou que o processo dos KC-390 foi iniciado há 8 anos e “vai permitir uma importante respostas às Forças Armadas, podendo carregar até 26 toneladas e diversos tipos de veículos, inclusive lançando-os do ar, mas também atuando nos incêndios, despejar 13.000 litros de água ou calda retardante”, sustentou.
Em julho de 2019, o Conselho de Ministros aprovou a autorização da aquisição ao consórcio Embraer,SA e Embraer Portugal,SA de cinco aeronaves e de um simulador de voo, no valor de 1,017 milhões de euros a que se juntam mais 9,8 milhões de euros investidos pela Força Aérea na requalificação do hangar que para receber o KC-390 e a construção do edifício para o novo simulador que o construtor brasileiro adjudicou à empresa alemã Rheinmetall Defense Eletronics.
Depois de testes e da sua certificação o novo KC-390 que aterrou no domingo na BA11, em Beja, depois de no dia anterior ter descolado de Gavião Peixoto, São Paulo, em direção à Europa.
Após a cerimónia António Costa não prestou declarações aos jornalistas pelo que não foi possível questionar o Primeiro-ministro se da aquisição das aeronaves à Embraer foi estabelecido algum protocolo para o gigante brasileiro que tem fábricas em Évora, se viria instalar no Terminal Civil de Beja.
Teixeira Correia
(jornalista)