Alqueva: Barragem subiu 2,61 metros desde 1 de dezembro.


Temporal na Extremadura espanhola determinante no enchimento. Desde terça-feira entraram em Alqueva 288,28 hm3 (288.280.000 m3) de água e subiu 1,61 metros. Está a menos de 5 metros do seu enchimento.

As forte chuvadas que caíram na terça-feira na Extremadura espanhola levaram a que a Barragem de Alqueva tenha subido 1,61 metros e recebido 288,28 hm3 (288.280.000 m3) de água desde a madrugada da passada terça-feira.

Em doze dias, desde 1 de dezembro e até à noite do temporal, a albufeira tinha subido somente 1 metros no nível acumulado de água. Ontem às 05,00 horas Alqueva estava à cota 147,09, a menos de 5 metros do seu enchimento, com um volume de 3.040,45 hm3, a que corresponde 73.26% da totalidade da sua capacidade.

Apesar da muita chuva que caiu nesse mesmo dia em muitos concelhos do Alto Alentejo, nomeadamente Campo Maior, é de Espanha, região onde tem chovido muitíssimo, é através do “Açude de Badajoz”, controlado pela Confederação Hidrográfica do Guadiana, sediada naquela cidade espanhola, que tem entrado a maior quantidade de água que levou ao aumento dos níveis de Alqueva.

A entrada de água em Portugal e no rio Guadiana, foi de tal forma determinante para a subida em Alqueva, que às 18,20 horas de terça-feira, passavam mais de 2,2 milhões de m3 por segundo (m3/s) pelo “Açude de Badajoz”, segundo informação da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA).

A chuva que deixou Campo Maior “afogada”, acaba por desembocar na Barragem do Caia e noutras mais próximas e só com aquela represa cheia é que a água pode entrar no Guadiana e chegar a Alqueva. Os muitos afluentes do rio Guadiana, localizados a Sul de Elvas, não são determinantes no enchimento da albufeira alentejana, como são os casos das barragens da Vigia (Redondo) e de Lucefécit (Terena/Alandroal), a Ribeira de Alcarrache (Mourão e Moura) e o rio Degebe (passa em várias freguesias dos concelhos de Arraiolos, Évora, Portel e Reguengos de Monsaraz). A água do rio Ardila (Moura) entra na barragem do Pedrogão (Vidigueira) e pode ser revertida para Alqueva.

Alqueva encheu pela primeira vez em 12 de janeiro de 2010, situação que voltou a repetir-se em março desse mesmo ano, tendo a água em excesso sido libertada para o leito do rio Guadiana pelas comportas secundárias. No início de 2013 a barragem encheu pela terceira fez e desta feita foram abertas as comportas de superfície e realizadas as maiores descargas de água de sempre, que fizeram subir os limites do Guadiana e muita gente perdeu os animais, que tinha de forma ilegal no leito do rio.

A última vez que encheu na plenitude foi no início de 2014, mas na altura a EDIA não fez descargas para o “Grande Rio do Sul”, fazendo o controlo através da central hidroelétrica, produzindo energia.

Teixeira Correia

(jornalista)


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