Beja: Urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos do hospital fechados três dias.


Os serviços de urgência de ginecologia/obstetrícia e bloco de partos do Hospital de Beja vão estar encerrados entre as 8 horas desta sexta-feira e as 8 horas da próxima segunda-feira, dia 2 de janeiro.

De acordo com o Plano de Contingência definido pela Comissão de Acompanhamento da Resposta em Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e no Bloco de Partos, designado como segunda fase de “Nascer em segurança no SNS”, aqueles serviços vão estar encerrados entre as 08,00 horas desta sexta-feira e as 08,00 horas de segunda-feira. Condicionamentos que já levaram a que os serviços no Hospital de Beja estivessem encerrados durante 24 horas, entre as 08,00 horas do dia 25 e o mesmo horário do dia seguinte.

Segundo os dados disponibilizados pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) os serviços da UG/OeBP, que funcionam no 5º piso do Hospital de Beja, estão no nível 3 “em que os mesmos estão encerrados, apenas mantendo o apoio aos internamentos e apoio de emergência ao serviço de emergência geral”, acrescentando que “será apenas necessária a presença física de um especialista de cirurgia para situações de emergência”, concretizaram.

A ULSBA justificou que “só serão atendidas pelos serviços da UG/OeBP do Hospital de Beja as grávidas cujos partos estejam iminentes e que vieram pelos seus próprios meios. A parturiente será atendida e o parto efetuado em segurança. DE ressalvar que toda a equipa de enfermagem (enfermeiras parteiras) mantêm-se ao serviço”, acrescentando que “são avisados o INEM e o CODU que não transportam grávidas para os serviços”, resumem.

As grávidas que não forem atendidas serão encaminhadas para o Hospital do Espirito Santo, em Évora, uma das duas maternidades a funcionar sem interrupção no Alentejo, a outra será em Portalegre a 200 quilómetros.

2019 foi o “annus horribilis”

Nesse ano a Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e no Bloco de Partos (UG/OeBP) do Hospital José Joaquim Fernandes (HJJF), em Beja, por falta de médicos da especialidade, encerrou em seis ocasiões, entre dois e quatro dias de cada vez. As grávidas que chegaram ao HJJF tiveram que recorrer, pelos próprios meios, aos serviços do Hospital do Espirito Santo, em Évora, a mais de 80 quilómetros de distância.

No dia 13 de agosto de 2019, uma grávida em situação emergente foi transportada pelo marido na própria viatura, depois de um médico ter recusado a inscrição da mulher e a consequente observação. Uma hora depois de ter dado entrada no Hospital de Évora deu à luz uma menina, com 3,400 quilos.

Teixeira Correia

(jornalista)


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