Aviação: “Beja poderá ser plataforma muito importante no apoio de passageiros”.


O presidente da câmara de Beja fica satisfeito com a inclusão na lista de possíveis localizações para o aeroporto de Lisboa, por parte da Comissão Técnica Independente (CTI).

Em declarações à TSF, Paulo Arsénio lembra, no entanto, que o presente aeroporto de Beja precisaria de algumas obras para aumentar a capacidade de resposta.

“Agrada-nos muito que Beja seja considerada, temos uma pequena estrutura civil numa base militar, é sempre bom termos essa noção e essa consciência. Se tivermos as nossas condições revistas e melhoradas, Beja poderá ser uma plataforma muito importante de apoio de passageiros, quer em Lisboa, quer em Faro”, considera. O autarca sublinha também a necessidade de avançar com uma ligação de comboio, que fique próxima do aeroporto.

“Essa possibilidade está a ser estudada pela Infraestruturas de Portugal. No âmbito da modernização da linha ferroviária entre Beja e Casa Branca, está a ser equacionada a possibilidade de haver um ramal de ligação ao aeroporto. Parece-nos importante. Em termos de mercadorias, Beja pode e deve ter um papel muito importante, a ferrovia passar junto ao aeroporto é uma necessidade e estudar as possibilidades é benéfico para toda esta zona do sudoeste peninsular”, sublinha.

As palavras do edil bejense surgem na sequência da revelação de que Beja e Alverca entraram na lista de possíveis localizações para o novo aeroporto de Lisboa, depois de propostas à Comissão Técnica Independente (CTI) responsável pela avaliação ambiental estratégica, que as vai analisar.

A CTI tem como coordenadora-geral a professora Rosário Partidário e conta com uma equipa de seis coordenadores técnicos, entre os quais se encontra a professora universitária Rosário Macário, especialista em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes, que ficou responsável pela coordenação da área de planificação aeroportuária.

Os relatórios com as conclusões da CTI têm de estar fechados até novembro, passando-se depois para a fase de discussões públicas.

Questionada se faz sentido um aeroporto de Lisboa afastado da cidade, como, por exemplo, no caso de Santarém ou Beja, que ficam a mais de 80 quilómetros, a professora universitária apontou que a distância física não é o fator mais relevante.

“O mais relevante são sempre as acessibilidades em tempo e em alternativas para chegar à cidade a partir do aeroporto. Obviamente que não é desejável que seja muito longe, mas a distância em tempo é, digamos, o principal aspeto e isso depende da oferta que existe, dos modos de transporte e das soluções de deslocação”, realçou.

Segundo Rosário Macário, qualquer uma das hipóteses “implica repensar acessibilidades”. Outros fatores a ter em conta na análise são, elencou, o custo da infraestrutura, os impactos gerados e o potencial de expansão.


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