Há cinco anos atrás quando escrevi pela primeira vez sobre Inteligência Artificial (IA), em maio de 2018 no artigo “Inteligência Artificial”, falava-se em Big Data, Machine Learning, Computing Power, Storage Capacity e Cloud Computing, hoje é impossível falar em IA sem falar do ChatGPT.
Rogério Copeto
Coronel da GNR
Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna
Por isso pretendemos dar a conhecer de que forma o ChatGPT poderia contribuir para o combate e prevenção da criminalidade, sabendo que as Forças de Segurança buscam na evolução da tecnologia, novas formas para aumentar a sua eficácia e eficiência no cumprimento da sua missão.
Em Portugal foi a justiça que primeiro começou a usar o ChatGPT, como explica o artigo de 4 de maio, denominado “Como a tecnologia do ChatGPT ajuda cidadãos portugueses em casamentos e divórcios”.
Nesse sentido, uma ferramenta como o ChatGPT também poderá ser útil para a área da Segurança, porque sendo uma IA, é capaz de fornecer respostas para uma ampla variedade de perguntas e situações, nomeadamente:
– Na resposta às ocorrências: O ChatGPT pode ser usado para fornecer respostas rápidas e precisas às ocorrências, podendo ser instruído para identificar qual o tipo e perigosidade da ocorrência, e a sua localização, fornecer as instruções adequadas para uma resposta apropriada e célere, permitindo agilizar o tempo de resposta e salvar vidas, das vítimas e dos elementos das Forças de Segurança;
– Na Investigação Criminal: O ChatGPT pode ser usado para auxiliar nas investigações criminais, permitindo a analise de grandes volumes de dados, como registos de chamadas, mensagens de texto e informações provenientes de fontes abertas, tais como as redes sociais, com o objetivo de identificar possíveis conexões e padrões entre suspeitos e crimes, acelerando a investigação;
– Na formação dos elementos das Forças de Segurança: O ChatGPT pode ser usado para fornecer formação e orientação aos novos elementos, podendo providenciar respostas a qualquer tipo de pergunta, nomeadamente sobre legislação, informações sobre procedimentos e simulações de situações reais, com o objetivo de ajudar a preparar os novos elementos para cumprimento das suas funções;
– Na análise de riscos: O ChatGPT pode ser usado para analisar e avaliar riscos, podendo identificar locais e situações de alta probabilidade de ocorrência de crimes, bem como os tipos mais comuns de crimes numa determinada área, com o objetivo de ajudar as Forças de Segurança a planear e empregar os recursos de forma mais eficiente e eficaz. Basicamente é aquilo que os algoritmos usados nos “Modelos de Policiamento Preditivo” já fazem. Para melhor esclarecimento sugiro a leitura do artigo denominado “Policiamento Preditivo”, datado de novembro de 2018 ;
– Na comunicação com a população: O ChatGPT pode ser utilizado para facilitar a comunicação entre as Forças de Segurança e a população, tal como já é usado na Justiça, podendo fornecer respostas a questões, fornecer informações sobre programas de prevenção e de policiamento de proximidade/comunitário, e disponibilizar ainda um canal de denúncias anónimas de crimes e atividades suspeitas;
Pelo exposto e sabendo que as Forças de Segurança enfrentam desafios diários para combater e prevenir a criminalidade, o ChatGPT poderá ser uma ferramenta importante para as ajudar a enfrentar esses desafios, pelo que nas linhas seguintes apresentamos, uma proposta de implementação do ChatGPT numa Força de Segurança, como uma ferramenta para auxiliar no combate e prevenção da criminalidade, melhorando a eficácia e eficiência na identificação e resposta a atividades criminosas.
Metodologia: A implementação do ChatGPT seria realizada em três fases:
Fase 1: Formação em ChatGPT – Nesta fase, seria realizada a respetiva formação em ChatGPT com base nas necessidades específicas da respetiva Força de Segurança, onde se incluirá a identificação de perguntas e situações mais comuns relacionadas à criminalidade enfrentadas pelos seus elementos e a criação de respostas adequadas pelo ChatGPT, sendo o mesmo integrado com os sistemas de informação já existentes na Força de Segurança, para permitir a rápida identificação de informações relevantes.
Fase 2: Teste do ChatGPT – Nesta fase, serão realizados testes em situações reais para avaliar sua eficácia e eficiência no combate e prevenção da criminalidade, incluindo o uso do ChatGPT na identificação de atividades criminosas em tempo real, fornecer informações sobre estratégias de prevenção e responder a perguntas dos Elementos da Força de Segurança sobre procedimentos e técnicas de investigação.
Fase 3: Avaliação do ChatGPT – Nesta fase, a eficácia e eficiência do ChatGPT serão avaliadas, onde se inclui a avaliação da sua capacidade em fornecer respostas precisas e úteis em situações reais, bem como a avaliação da satisfação dos elementos da Força de Segurança com o ChatGPT.
Espera-se que com a implementação do ChatGPT como uma ferramenta auxiliar no combate e prevenção da criminalidade numa Força de Segurança traga os seguintes resultados: Melhoria da eficácia e eficiência da Força de Segurança no combate e prevenção da criminalidade; Redução do tempo de resposta às ocorrências criminais; Aumento da eficácia nas investigações criminais; Melhoria na identificação de padrões e tendências criminais; Melhoria na prevenção de crimes; Melhoria da satisfação dos elementos da Força de Segurança com a ferramenta; Melhoria da satisfação da população com a Força de Segurança.
A utilização do ChatGPT como uma ferramenta auxiliar no combate e prevenção da criminalidade pode trazer importantes benefícios, ajudando a identificar e prever ameaças, proteger pessoas e bens, melhorar a resposta a ocorrências e aumentar a eficácia e eficiência operacional.
Mas apesar do potencial do ChatGPT em contribuir para melhorar significativamente a segurança das pessoas, permitindo que as Forças de Segurança identifiquem e respondam a ameaças com mais rapidez e eficiência, também existem riscos associados a esta tecnologia, incluindo vieses algorítmicos, falhas de segurança e uso malicioso. É importante que as Forças de Segurança sejam conscientes desses riscos e tomem medidas para mitigá-los, garantindo que a IA seja usada de forma responsável e segura.
Texto elaborado com recurso ao ChatGPT.
