O PCP realizou em Beja, na Cafetaria do Pax Julia, uma iniciativa intitulada “À Conversa sobre a Seca no Alentejo: causas, consequências, medidas imediatas e estruturais.”
Tendo como ponto de partida o vigente período de seca no Alentejo, e todas as suas consequências negativas, nomeadamente para a produção agrícola e pecuária e para o próprio abastecimento humano, o PCP convidou vários especialistas para um debate sobre os problemas da água e da gestão de recursos hídricos e o seu impacto em variadas vertentes da economia e realidade social do Alentejo e do País.
A iniciativa contou com a intervenção de João Dias, deputado do PCP na Assembleia da República, permitiu reunir um importante acervo de contribuições que, partindo do diagnóstico da actual situação, contribuíram para a convergência de pontos de vista, em relação às medidas que se devem tomar, quer de imediato, quer as medidas de fundo que continuam a faltar, dependentes que estão de opções políticas.
São de realçar, para lá da presença e intervenção de responsáveis das Direcções Regionais do Alentejo e Algarve do PCP, os contributos de Rui Salgado, professor na Universidade de Évora, sobre o clima e as alterações climáticas; de Isaurindo Oliveira, Consultor, sobre agricultura e regadio; do Professor Ricardo Serralheiro, sobre o tipo de agricultura, modos e culturas para a preservação da água; de José Figueira, membro da Associação Água Pública, sobre usos e gestão da água; de Maria José Roxo, Geografa e investigadora, sobre a desertificação no baixo Alentejo; e de Afonso do Ó, investigador e consultor, sobre desenvolvimento, agricultura e água.
A iniciativa do PCP terá agora seguimento com a divulgação faseada de todas as contribuições e com a continuação de uma intervenção dedicada, responsável e baseada em ideias concretas.
O PCP reafirma que só com a concretização de medidas estruturais, com um real papel do Estado, com opções opostas à actuais relativamente à utilização dos recursos hídricos; com uma outra politica de gestão e uso dos solos, e com o aproveitamento das infra-estruturas existentes (desde logo o empreendimento de fins múltiplos do Alqueva) de acordo com o interesse público, das populações e do desenvolvimento regional e nacional (e não para alimentar negócios que concebem a água e os solos como activos financeiros) se poderá resolver um problema que, tendo causas e consequências, também tem responsáveis – os sucessivos governos do PS, PSD e CDS.