A MINHA GUARDA


Numa altura em que o Comando da Guarda Nacional Republicana é assumido por oficiais da GNR, que entraram na academia Militar em 1991, o artigo desta semana é sobre a instituição, que também escolhi servir em 1993, e que se rege pelos mais elevados princípios e valores, no cumprimento da sua missão, enquanto Força de Segurança de Natureza Militar.

Rogério Copeto

Coronel da GNR

Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna

A minha Guarda é uma Força de Segurança, que se constitui como um pilar fundamental da execução da política de segurança interna, assumindo como valores mais profundos, a defesa intransigente do estado de direito democrático e dos direitos liberdades e garantias dos cidadãos, estabelecidos na Constituição da República Portuguesa e nos Tratados Internacionais de que Portugal é parte.

A minha Guarda para cumprimento da sua missão e das suas atribuições, dispõe de um dispositivo espalhado pelo território nacional, cujas células de maior dimensão são denominadas de Unidades, sendo as de âmbito nacional, a Unidade de Intervenção, a Unidade de Segurança e Honras de Estado, a Unidade de Controlo Costeiro e Fronteiras, a Unidade de Ação Fiscal e a Unidade Nacional de Trânsito, e de âmbito distrital os denominados Comandos Territoriais (sendo 20 ao todo, 18 no continente, mais 2 nas Regiões Autónomas), que se dividem em Destacamentos, que por sua vez se subdividem em Postos.

A minha Guarda está implementada em todo o território nacional, que se estende desde as zonas urbanas até às zonas mais isoladas e rurais do nosso pais, do litoral ao interior, de Norte a Sul e até á Ilha mais isolada do arquipélago dos Açores, a ilha do Corvo, possibilitando que toda a população sinta a presença da autoridade do Estado, garantindo-lhe o direito á Segurança, possivelmente o último direito que o Estado ainda consegue garantir nos locais mais isolados e desertificados do interior do pais.

A minha Guarda tem à sua responsabilidade 94% do território nacional, onde garante a segurança de todos os residentes e os seus bens, 24 horas por dia, 365 dias por ano, faça chuva ou faça sol.

A minha Guarda desenvolve no âmbito do Policiamento de Proximidade/Comunitário, um trabalho que permite articular-se com toda a sociedade civil, no intuito de através do mútuo apoio dar uma satisfação à resolução dos problemas da sociedade, essencialmente através de parcerias, com o objetivo de resolver os problemas sentidos pelas populações, dedicando em exclusivo meios e efetivos na concretização dos vários programas especiais, onde os Programas Escola Segura e Idosos em Segurança têm maior visibilidade, com a implementação no terreno de reconhecidas boas práticas.

A minha Guarda implementou a Operação Censos Sénior, que nasceu da necessidade de combater o isolamento e a solidão da população idosa, procedendo a GNR desde 2011 ao levantamento dos locais isolados habitados por idosos, sinalizando as situações de maior perigo e realizando ações de sensibilização e informação sobre os procedimentos de segurança a observar em situações de maus-tratos, assalto ou burla, bem como a forma como poderão denunciar os crimes de que são vítimas, disponibilizando para o efeito os contactos diretos aos militares da GNR, criando-se assim laços de confiança.

A minha Guarda constitui-se assim, como entidade de 1ª linha na prevenção da violência, qualquer seja a forma que assume, garantido proximidade e visibilidade junto da população mais vulnerável, levando segurança aos locais mais remotos do país, onde nenhuma outra instituição se desloca.

A minha Guarda vai além da sua obrigação de garantir segurança a pessoas e bens, alargando a sua área de intervenção no âmbito da sua responsabilidade social, levando a todos os pontos do país, não só segurança, mas também apoio e ajuda, a quem quer que seja.

A minha Guarda consegue tudo isto por motivo do recurso mais valioso que dispõe, os seus militares, homens e mulheres, que desempenham com eficácia a sua missão, nos dias, horas e condições em que o vulgar cidadão se recolhe no aconchego familiar, particularmente nos locais, mais recônditos do país, onde não existe mais nenhum representante do Estado.

A minha Guarda forma milhares de jovens cidadãos, transformando-os em militares, que ao iniciarem a sua carreira, ficam sujeitos a todas as regras que qualquer cidadão está obrigado, para além daquelas que internamente os regem, tais como o estatuto, o código deontológico e o regulamento de disciplina, que os obrigam a observar um conjunto de deveres e que lhes limitam os outros tantos direitos.

A minha Guarda para cumprimento das suas várias missões vale-se dos seus militares, com atribuições e poderes de atuação em todo o país, assumindo responsabilidade direta pela garantia da segurança, da paz e da tranquilidade públicas no território nacional, incluindo a costa marítima portuguesa, que é também fronteira externa da União Europeia.

A minha Guarda esta organizada num corpo especial de tropas, cujos militares podem desempenhar qualquer função, em qualquer lugar do país, e não raras vezes longe da sua família, em cumprimento das suas diversas missões, tendo como única recompensa o reconhecimento da população que serve e a consciência que desenvolve uma profissão essencial num estado de direito democrático, onde sem segurança, não pode existir liberdade.

A Minha Guarda ministra formação a todos os seus militares, para que possam desenvolver as suas tarefas, nas mais variadas valências, tais como, militar, polícia, professor, bombeiro, socorrista, cavaleiro, investigador, técnico forense, motorista, marinheiro, fiscal, instrutor, tratador de cães e cavalos, treinador, músico, informático…

A minha Guarda é constituída por militares que possuem elevadas qualidades humanas e grande dedicação ao serviço da população, contribuindo para o seu prestígio, devido ao excelente e cordial relacionamento que mantêm com as populações, cumprindo a sua missão sempre com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, com quem se relacionam, especialmente os mais frágeis, não raras vezes, indo muito além do que é a sua obrigação e sempre com uma postura “Humana, Próxima e de Confiança”.

A minha Guarda é composta por militares que tem como missão garantir segurança a todos os cidadãos residentes e daqueles que nos visitam, e que juraram defender Portugal e estar sempre prontos a lutar pela sua liberdade e independência, mesmo com o sacrifício da própria vida, e é agora Comandada por Oficiais Generais que há 32 anos também escolheram servir o país na Guarda Nacional Republicana.


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