Dois homens que foram detidos no ano passado, em Ferreira do Alentejo, num processo em que lhes foram apreendidas 1.650 doses de cocaína, 48 de haxixe e 13 de liamba e 3.588 euros numerário, começam hoje a ser julgados no Tribunal de Beja.
Manuel Nobre, de 55 anos, e Paulo Costa, de 30 anos, ambos em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, estão acusados da prática em co-autoria e na forma consumada de um crime de tráfico de estupefacientes. Manuel Nobre praticou o crime acima referido de forma agravada pela reincidência, estando ainda acusado de um crime de detenção de arma proibida,
Por acórdão transitado em julgado em junho de 2014, o arguido foi condenado numa pena de seis anos de prisão efetiva pelo crime de tráfico de estupefacientes, tendo-lhe sido concedida liberdade condicional. Em setembro do ano passado, dois meses antes dos factos pelos quais vai ser julgado e se encontra em prisão preventiva, foi condenado na pena de 2 anos e 10 meses de prisão efetiva pela prática de um crime de furto qualificado.
De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP) de Ferreira do Alentejo a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso “os arguidos faziam as vendas/entregas do produto estupefacientes junto à porta das residências, outras vezes, nas imediações do tribunal, escola primária e vários estabelecimentos comerciais da vila”.
Num dos casos descritos pela investigação levada a cabo pela GNR e que durou seis meses, é descrito que durante o ano de 2021, Manuel Nobre vendeu a um dos consumidores “com a periodicidade de uma vez por semana, num total de 30 vezes, cocaína pelo valor de 60 euros cada vez”, o que se traduz numa “receita” de 1.800 euros. O processo tem 27 testemunhas, a esmagadora maioria que a investigação identifica como consumidores que adquiriam estupefacientes aos dois arguidos.
No dia 2 de novembro de 2022, quando foi despoletada a operação, levada a cabo por militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Aljustrel da GNR, além da droga e do dinheiro, foram apreendidos quatro telemóveis, três balanças de precisão, seis facas, um maçarico, um computador portátil, quatro relógios e diversas peças de ouro.
Dado a perigosidade dos arguidos a ação contou com o reforço de operacionais do NIC e da Secção de Informações e Investigação Criminal (SIIIC) e do Destacamento de Intervenção (DI).
Teixeira Correia
(jornalista)