A muita chuva que se tem feito sentir dos últimos dias na região Alentejo, em particular na Extremadura de Espanha têm levado ao enchimento quase total da albufeira de Alqueva, que apresenta uma percentagem de 94,08 % da sua capacidade total de 4150 milhões de metros cúbicos de água.
É de Espanha, onde a pluviosidade tem sido muito intensa, que mais água tem entrado no rio Guadiana, através do Açude de Badajoz, que depois chega a Alqueva.
De acordo com a informação da Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas de Alqueva (EDIA), às 06,00 horas desta segunda-feira, a albufeira encontrava-se à cota 151,28 metros, com um armazenamento de 3.904,42 hectómetros cúbicos (hm3) de água, o que significa que está a 72 centímetros de ser alcançado o armazenamento total, à cota de 152 metros (foto de ontem na praia Fluvial da Amieira-Portel). Desde o dia 1 de dezembro, há quatro meses atrás, Alqueva encaixou 1319,92 hm3, tendo subido 6,8 metros, ou seja mais 34,08 %.
Fonte da EDIA justificou que “Alqueva está a cumprir a função para que foi construída, que é armazenar água quando chove”.
Mesmo que a albufeira atinga a capacidade máxima, não significa que tenham que ser abertas as comportas para libertar água, uma vez que a capacidade regeneradora de Alqueva com o funcionamento das centrais hidroelétricas, o volume da água na albufeira é controlada com o seu envio para a Barragem do Pedrogão (Vidigueira). Quando as turbinas produzem energia, a água vai para este embalse, sendo que depois é de novo bombeada para Alqueva.
Enchimentos históricos de Alqueva
A albufeira encheu pela primeira vez em 12 de janeiro de 2010, uma situação que voltou a repetir-se em março desse ano. A água foi libertada para o leito do rio Guadiana pelas comportas secundárias. No início de 2013, a barragem encheu pela terceira fez e dessa feita foram abertas as comportas de superfície e realizadas as maiores descargas de água de sempre. A última vez que Alqueva encheu na plenitude foi há 10 anos, não tendo na altura a EDIA feito descargas para o rio Guadiana, desviando a água para a central hidroelétrica para a produção de energia.
No dia 8 de fevereiro de 2002, há 22 anos, aconteceu o encerramento das comportas da barragem, dado início ao seu enchimento, o que aconteceu pela primeira vez em 12 de janeiro de 2010.
Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA)
No EFMA é composto por 72 barragens, reservatórios e açudes, 48 estações elevatórias e 5 mini-hídricas, 2.078 quilómetros de rede primária e secundária, garantido água a 25 perímetros de rega em exploração, com gestão direta da EDIA, com 130 mil hectares e vai beneficiar mais 20 mil. Além da produção de energia, reforçou o abastecimento de água a 200.000 habitantes de 13 concelhos do Alentejo.
Teixeira Correia
(jornalista)
