Uma mulher, de 38 anos, residente em Salvada, concelho de Beja, que foi detida em 24 de maio de 2023, no interior de uma automotora por suspeitas de tráfico de estupefacientes, durante a fase de inquérito do processo “entregou” aos investigadores o ex-companheiro e o fornecedor da droga, residente em Setúbal.
A suspeita foi detida por militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Beja da GNR, no interior da automotora que fazia a ligação entre Casa Branca e Beja, quando regressava de Setúbal onde fora comprar cocaína, heroína e haxixe. Os militares entraram na composição ferroviária na estação de Cuba e no curto trajeto para Beja abordaram a suspeita que “vinha carregada”.
Foi revistada e depois sujeita a uma busca domiciliária foram apreendidas 153 doses de cocaína, 84 doses de haxixe e 81 doses de heroína, uma balança de precisão, cinco facas e diverso material e documentação ligados ao tráfico de estupefacientes. Foram ainda confiscados 100 euros em numerário e um telemóvel.
A GNR pediu a colaboração da PSP para abordar e identificar o companheiro, de 52 anos, que se encontrava na Estação Ferroviária de Beja e que deveria transportar a mulher para a localidade de residência, não lhe tendo sido encontrado qualquer produto estupefaciente.
Presente a um Juiz de Instrução Criminal (JIC) do Tribunal de Beja a mulher assumiu toda a responsabilidade do tráfico, tendo-lhe sido decretada a prisão preventiva, estando no Estabelecimento Prisional de Odemira (EPO).
O casal que tem um filho em comum, viveu juntos durante três anos, mas após a prisão da mulher o individuo voltou para Palmela a sua terra natal. Agastada com a situação, em setembro de 2023, a mulher requereu um interrogatório complementar e contou aos militares os contornos do tráfico a que o companheiro também estava ligado, levando a GNR a abrir uma nova investigação, acabando por deter o individuo.
Presente a um JIC do Tribunal de Beja no dia 27 de novembro de 2023, foi-lhe decretada também a prisão preventiva, encontrando-se no Estabelecimento Prisional de Beja. Pelo mesmo tipo de crime, em fevereiro de 2012, o arguido foi condenado a uma pena de 12 anos e 6 meses de prisão.
Mas não se ficou por aqui, e identificou o alegado vendedor do estupefaciente que atuava na zona de Setúbal, tendo sido extraída uma certidão, enviada ao DIAP daquela cidade.
No despacho de acusação a que o Lidador Notícias teve acesso, o Ministério Público de Beja acusou o casal de ter praticado em coautoria material, um crime de tráfico de estupefacientes, sendo que no caso do indivíduo, tem a agravante de ser reincidente.
A arguida pediu a abertura de instrução do processo, mas o juiz não aceitou os argumentos e pronunciou-a nos exatos termos da acusação.
Teixeira Correia
(jornalista)
