Família destruída em Vila nova de Milfontes em explosão de garrafas de acetileno que se encontravam em anexo onde o homem, um dos feridos graves, fazia serviços de soldadura para angariar mais algum sustento para a família.
A explosão, ao que tudo indica provocada por uma fuga de gás num anexo onde existiam garrafas de acetileno, que ocorreu ontem, cerca das 08h30, em Brunheiras, freguesia de Vila Nova de Milfontes (Odemira), foi ouvida a mais de 20 quilómetros da localidade, destruiu por completa uma moradia unifamiliar e provocou a morte de mãe e filha e causou ferimentos graves em pai e filho.
As causas da explosão ocorrida no lugar a cerca de 7 quilómetros a norte de Milfontes, na ligação a Cercal do Alentejo (Setúbal), estão a ser investigadas por inspetores do Departamento de Investigação Criminal (DIC) de Portimão da Polícia Judiciária (PJ), que fez deslocar uma equipa para o local depois de a GNR ter contatado a PJ.
Segundo apurou o Lidador Notícias (LN), num anexo da habitação, onde o patriarca da família fazia alguns trabalhos de soldadura, existiam garrafas de gás de acetileno que terão estado na origem da explosão. Uma fonte especializada em gás disse ao nosso jornal que “o acetileno origina efeitos violentos e devastadores, quase diria apocalípticos”, resumiu.
Na residência que foi devastada pela explosão vivia a família Santos, tendo a mãe, de 48 anos, e a filha, de 9 anos, sido as vítimas mortais que ficaram soterradas debaixo dos escombros do edifício, enquanto que o pai, de 54 anos, e o filho, de 13 anos, foram helitransportados, para o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, respetivamente.
Face à gravidade da situação foram mobilizados dois helicópteros do INEM foram mobilizados de imediato, tendo aterrado no terreno onde se realiza o mercado de Brunheiras, não muito longe do local onde se deu a explosão. Enquanto se buscavam as duas desaparecidas, nas ambulâncias dos bombeiros estabilizavam-se pai e filho para poderem ser helitransportados. O rapaz foi transportado para o hospital de Lisboa, no helicóptero do INEM sediado em Évora, enquanto que o homem foi para o Coimbra noutra aeronave do INEM com base em Loulé.
Tiago Bugio, comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Litoral Alentejo (CBREPCLT) justificou que “os primeiros meios locais dos bombeiros de Milfontes e Odemira foram céleres a chegar ao local e o que se encontrou foi um cenário de devastação enorme com a destruição completa da habitação construída em alvenaria. A causa da explosão terá sido provocada por uma fuga de gás”, concluiu.
O comandante do CBREPCLT acrescentou que apesar da mobilização de uma equipa de busca e resgate dos bombeiros de Grândola, “com os devidos cuidados e usando duas retroescavadoras que estavam próximas e a ajuda da polução foi possível começar a busca pelas desaparecidas”, confirmando que mãe e filha foram encontradas sem vida. Óbito confirmado pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém.
Por seu turno, Francisco Lampreia, presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova de Milfontes, afirmou que “era uma casa bom construída, mas o gás é muito perigo. Apesar da devastação, não há danos em outras habitações vizinhas. Houve uma viatura pesada que foi atingida por alguns destroços no depósito de combustível, mas sem ter causado perigo”, rematou.
Ao início da tarde e após a recolha de provas por parte da PJ, os destroços começaram a ser removidos por trabalhadores do município de Odemira, sob o olhar atento da GNR para salvaguardar alguma prova que pudesse ser encontrada.
Os corpos das vítimas mortais foram transportados para o Gabinete Médico-Legal de Beja, onde deram entrada cerca das 16h30, onde vão ser autopsiadas. Como Odemira pertence judicialmente à Comarca de Beja, quando as mortes envolvem investigações policiais, não são levdas para o Hospital do Litoral Alentejano.
Para o local foram mobilizados 56 operacionais dos Bombeiros Voluntários De Vila Nova de Milfontes, Odemira e Cercal do Alentejo, VMER do Hospital do Litoral Alentejano e GNR, apoiados por 19 veículos e dois meios aéreos do INEM.
Teixeira Correia
(jornalista)