Uma parceria entre as autoridades portuguesas e uma empresa que gere uma aplicação de trânsito está a desenvolver em algumas estradas do Algarve e do Alentejo um sistema de alerta de aproximação de linces-ibéricos para reduzir a mortalidade destes animais.
João Alves, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), explicou que a iniciativa – integrada no projeto LIFE Lynxconnect – reúne este organismo, a Infraestruturas de Portugal (IP) e a plataforma Waze, que em conjunto querem minimizar os atropelamentos de linces nas estradas, um dos principais fatores de mortalidade desta espécie por causas humanas.
Para já, o sistema está em funcionamento nas Estradas Nacionais (EN) 122 e 123 e no Itinerário Complementar (IC) 27, sendo os alertas acionados quase em tempo real, quando os animais entram nas áreas virtuais de território com 200 metros de largura, adjacentes às vias, para ambos os lados da faixa de rodagem.
EN 122: Atravessa os distritos de Beja e Faro, com o propósito de ser a alternativa à N2, a Leste. Por causa da estratégica posição dessa estrada, e desenvolvimento económico conseguinte, a N122 foi sendo alvo de melhoramentos, inclusivamente está requalificada como IC27 entre Alcoutim e Monte Francisco.
EN 123: Destinava-se a uma ligação entre as suas irmãs N120 (a Ocidente) em Odemira, e a N122 (a Oriente) nas proximidades de Mértola, passando pela N2, em Castro Verde. Cumpria, longitudinalmente, a parte Sul do Distrito de Beja.
A população de linces na Península Ibérica está progressivamente a afastar-se do risco de extinção e superou os dois mil exemplares em 2023, o dobro relativamente a 2020. O censo realizado nesse ano revela que no Vale do Guadiana habitam 291 linces.
Notícia: Lidador Notícias/ Jornal de Notícias