A Secretaria de Estado das Pescas (SEP), decidiu constituir uma Comissão de Acompanhamento da Pesca de Lampreia e Sável (CAPLS) deixando de fora o Município de Mértola e os pescadores do rio Guadiana licenciados para pescarem aquelas espécies. Autarquia vai contestar a situação, que considera “uma vergonha”.
De acordo com a Portaria n.º 239/2025/1 publicada ontem em Diário da República a SEP não incluiu na constituição da CAPLS, representantes do Município nem considerou o rio Guadiana como zona de pesca da lampreia e do sável, apesar de no preambulo inicial referir que “a pesca de espécies migradoras, em rios portugueses, é uma prática ancestral que beneficia as populações locais, seja através do exercício da pesca, seja pela disponibilidade de uma fonte alimentar alternativa de elevado valor proteico e gastronómico, representando ainda um enriquecimento do património cultural e gastronómico português”.
A Secretaria de Estado das Pescas considera no diploma que principais zonas de pesca da lampreia e do sável são o rio Minho, rio Lima, rio Cávado, ria de Aveiro e rio Mondego, deixando de fora o rio Guadiana e os seus pescadores.
Ouvido pelo Lidador Notícias (LN), o presidente do Município de Mértola, mostrou-se agastado com a situação assegurando que “vamos naturalmente contestar esta vergonha! Estamos a preparar o processo de contestação! Como sempre quem decide não conhece minimamente as realidades locais”, justificou Mário Tomé.
O LN aguarda explicações do Ministério da Agricultura e Pescas sobre o “esquecimento” do Município de Mértola e dos pescadores do rio Guadiana, na constituição da Comissão de Acompanhamento da Pesca de Lampreia e Sável.
Teixeira Correia
(jornalista)