Beja: Três indivíduos, que em 2009, eram funcionários da Câmara, começaram a ser julgados por peculato de uso.


Três indivíduos, que em 2009 eram funcionários da Câmara de Beja, começaram ontem a ser julgados, no Tribunal de Beja, pela acusação do crime de peculato de uso.

BEJA- Câmara_800x800A acusação sustenta que com os meios da edilidade produziram propaganda para as candidaturas da CDU às autarquias de Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Mértola, destinadas à campanha para as Autárquicas de 2009.

A denúncia foi apresentada em Janeiro de 2010, pelo então presidente da Câmara de Beja, o socialista Jorge Pulido Valente, que arredara os comunistas do poder após 32 anos de liderança e pela concelhia do PS

Na acusação o Ministério Público (MP) defende que o então coordenador, Rui Mateus, e dois gráficos, Miguel Azevedo e António Gomes, do Gabinete de Informação e Relações Públicas (GIRP) da edilidade bejense utilizaram os seus meios “sem autorização ou conhecimento do presidente da Câmara de Beja, e em horário normal de trabalho”.

O MP sustenta que os arguidos terão causado um prejuízo ao erário municipal “nunca inferior a 10.000 euros”, justificando que depois de tomarem conhecimento da vitória do PS, “eliminaram todos os dados informáticos, para ocultarem a sua atuação”.

Rui Mateus assumiu perante o tribunal “a responsabilidade da efetivação dos trabalhos”, acrescentando que partiram dele “as ordens” para que os outros arguidos “imprimissem os trabalhos durante o horário de trabalho”, para poder corrigir em casa, concluiu.

Justificando que a situação “não teve nem de perto nem de longe” a dimensão atribuída pela acusação, Rui Mateus, reconheceu que “não devia ter misturado”, a condição de cidadão e simpatizante político com “o meu trabalho profissional”, rematou.

Miguel Góis, então vereador da edilidade bejense, referiu que “exagerada faturação” de fotocópias “levantou suspeitas” e que os ficheiros das máquinas e a troca de conversas através do mail do GIRP, “confirmaram a efetivação de trabalhos para a campanha comunista”, concluiu.

As eleições de 2013, voltaram a dar a maioria à CDU, que assim regressou o poder, não se tendo constituído como assistente no processo, considerando que está “muito bem” representada pelo Ministério Público.

Teixeira Correia

(jornalista)


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