Ferreira do Alentejo: Polícia suicida-se em casa da mãe com a arma de serviço.
António Broa, 42 anos, casado, pai de duas raparigas, agente do Comando Distrital de Beja da PSP, colocou ao início da noite de ontem termo à vida, utilizando a arma de serviço. ASPIG/ GNR emite comunicado de condolências.
Residente em Ferreira do Alentejo, esteve de serviço na Esquadra de Beja até às 07,00 horas. Cerca das 20,15 horas, em casa da mãe, disse à progenitora que ia descansar, deitou-se e com a pistola de serviço deu um tiro na cabeça.
A ação terá sido premeditada tendo em conta que deixou todo o material da PSP arrumado em sacos. Armas, carregadores, cinto, algemas, bastão, botas e fardas de trabalho. A farda principal estava impecavelmente pendurada num cabide na porta do guarda-roupa.
Ainda não são conhecidas razões que levaram o agente a colocar termo à vida.
Francisco Passinha, delegado em Beja da Associação Sócio-Profissional da Polícia (ASPP), mostrou-se “chocado e triste” e definiu o colega como “um bom polícia e um rapaz certinho”. António Broa era sócio da ASPP e Passinhas revela que o “tinha convidado para ser nosso delegado”, concluiu.
O ambiente na Esquadra de Beja é grande consternação, onde de imediato compareceu o Comandante Distrital, Superintendente Adílio Custódio, para se inteirar do sucedido.
António Broa, estava colocado na Esquadra de Beja, mas antes já tinha passado pela Esquadra de Investigação Criminal (EIC). Este foi o segundo caso de suicídio de um agente da PSP no Comando Distrital de Beja. O anterior ocorreu há cerca de vinte anos.
No local estiveram militares do Núcleo de Investigação Criminal da GNR, 3 operacionais dos Bombeiros de Ferreira do Alentejo, apoiados por duas viaturas.
O corpo foi removido para o Gabinete Médico-Legal do Hospital de Beja, onde será autopsiado.
Recorde-se que no passado dia 3 de março, a ministra da Administração Interna anunciou a realização de um estudo para avaliar, com maior rigor, as causas do suicídio nas forças de segurança e admitiu um reforço para a GNR e a PSP.
Em 2015, foram registados oito suicídios na PSP. Em 2011, sete agentes colocaram termo à vida. Na GNR, segundo dados do Ministério da Administração Interna, registaram-se 11 suicídios em 2008 e em 2009 oito casos. O ano passado, registaram-se sete suicídios.
A Associação Sócio – Profissional Independente da Guarda (ASPIG) emite comunicado:
Foi com enorme consternação que a Associação Sócio – Profissional Independente da Guarda (ASPIG), recebeu a notícia do falecimento de mais um agente da PSP, do comando distrital de Beja, que hoje (12/05/2016) colocou termo à vida (suicídio) com recurso a arma de fogo. Esta associação, expressa aos familiares do ex-agente da PSP, António Broa, as mais sentidas condolências.
Teixeira Correia
(jornalista)