Alentejo Central: PS e CDU mantêm desacordo para eleição do presidente da CIM.


Mais de dois meses depois das autárquicas de 01 de outubro, a eleição do presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central (CIMAC) mantém-se num impasse, com divergências entre os autarcas do PS e da CDU.

Numa reunião do conselho intermunicipal, realizada esta semana, ocorreu uma votação para a presidência da CIMAC em que o candidato do PS alcançou oito votos contra seis do candidato da CDU, revelaram hoje à agência Lusa fontes partidárias.

As mesmas fontes indicaram que o candidato do PS é o autarca socialista de Reguengos de Monsaraz, José Calixto, e que o candidato da CDU é o presidente da Câmara de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá.

Nas últimas eleições autárquicas, o PS reconquistou o maior número de câmaras no distrito de Évora, seis, à frente da CDU, que ficou reduzida a cinco, incluindo Évora, enquanto os outros três municípios mantêm-se nas “mãos” de movimentos independentes.

“Os resultados [da eleição para a CIMAC] quanto ao presidente e aos vice-presidentes são inconclusivos”, afirmou à Lusa o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), alegando que “não se verificaram as duas maiorias cumulativas, como determina a lei”.

Na eleição, segundo o autarca comunista, “oito câmaras, as seis do PS e as de Borba e Redondo, lideradas por movimentos independentes, votaram no candidato socialista e os restantes municípios, que tem a maioria de eleitores, votaram no candidato da CDU”.

Pinto de Sá sublinhou que, para a eleição do presidente da CIMAC, a lei exige uma “maioria simples de câmaras” e uma outra relacionada com o “número de eleitores”, concluindo que, assim, “não é possível eleger o presidente” e que será necessário “encontrar soluções” na próxima reunião do conselho intermunicipal, marcada para o dia 19 deste mês.

Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz, o socialista José Calixto, defendeu que os autarcas devem “fazer um esforço para ter pareceres” sobre a interpretação da legislação, adiantando que os do PS “tencionam fazê-lo”.

“Parece-me ser uma via para tentar esclarecer um imbróglio que tem a ver com o facto de haver uma votação e que, aparentemente, não queremos tirar consequências administrativas do resultado”, afirmou.

O autarca socialista disse esperar que “as entidades possam ajudar a dizer qual o caminho a seguir”, admitindo pedir pareceres à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA) e ao Governo.

“Para não perdermos todo o capital de consenso que a CIMAC sempre teve, assumimos que os critérios eram os mesmos dos outros ciclos eleitorais”, considerou, insistindo que a força política que tem o maior número de câmaras deve apresentar o presidente.

A CIMAC foi liderada nos últimos quatro anos pela presidente da Câmara de Montemor-o-Novo, Hortênsia Menino (CDU).


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