ALENTEJO Medronho: Autarcas de Odemira, Almodôvar e Ourique contestam produtores do Algarve
Os autarcas, José Carlos Guerreiro (Odemira), António Bota (Almodôvar) e Pedro do Carmo (Ourique), vieram a público contestar a inclusão de oito freguesias daqueles concelhos no registo IPG Algarve.
Num documento de quatro páginas, os presidentes das Câmara de Odemira, Ourique e Almodôvar contestam publicamente a pretensão de registo de Indicação Geográfica Protegida (IGP) de “Algarve”, por parte da Associação dos Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio (APAGARBE), com sede em Monchique.
Em causa está o facto da APAGARBE ter incluído a totalidade da área de oito freguesias daqueles concelhos, onde existem centenas de produtores de medronho.
No documento, José Carlos Guerreiro (Odemira), António Bota (Almodôvar) e Pedro do Carmo (Ourique), explicam as razões da sua contestação, apelando aos responsáveis da associação para “retrocederem nas suas intenções”, deixando claro que caso tal não aconteça vão avançar para a “impugnação judicial do registo”.
Os autarcas contestam o facto de se pretender que o medronho “nascido e produzido” no Alentejo seja algarvio, sustentando que são em tudo distintos. “O fruto criado no Alentejo tem características diferentes (o Algarve é mais quente e seco), a aguardente é produzida de outra forma e o produto final tem outro sabor e grau de álcool”, justificando os autarcas alentejanos.
Também a Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Regional (DGADR) não escapa às críticas dos eleitos locais, sendo acusada “arrogância” e de “impor” o aumento do número de freguesias alentejanas no Algarve e “não aceitar” nenhuma reclamação da proposta da APAGARBE.
Os autarcas justificam ainda que “não estão contra” a IPG Algarve, desde que esta inclua apenas território algarvio.
Almodôvar promove em Novembro a Feira do Medronho e Odemira realiza durante a FACECO em Julho colóquios, debates e demonstrações sobre o cultivo daquele fruto, tendo inclusivamente construído um monte rústico onde existe um alambique (na foto) e se produz o medronho ao vivo.
Teixeira Correia
(jornalista)