O Ministério Público (MP) de Ourique acusou um homem, de 32 anos, natural de Aljustrel, de três crimes de homicídio negligente e um de condução perigosa de veículo rodoviário, na sequência de uma violenta colisão frontal ocorrido perto daquela vila.
O individuo conduzia um viatura que chocou frontalmente com outro veículo originando três mortes. Sujeito ao teste de despistagem de substâncias psicotrópicas, o indivíduo acusou a presença no sangue de cocaína, cannabinóides e metilenodioximetanfetamina (MDMA).
O acidente ocorreu cerca das 17,00 horas do dia 5 de outubro de 2020, na Estrada Nacional (EN) 383, em Aljustrel, e envolveu um veículo ligeiro de passageiros, um BMW conduzido por Diogo L. onde viajavam quatro pessoas, e um ligeiro de mercadorias fechado.
A segunda das viaturas, onde viajavam dois irmãos, um homem de 51 anos e uma mulher de 48 anos, depois da colisão seguida de despiste e capotamento, ardeu e os dois ocupantes morreram carbonizados.
Dois dias depois, um indivíduo de 29 anos que seguia no BMW e que tinha sido transportado de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa, viria também a falecer.
Neste veículo viajavam para além da vítima mortal e de Diogo, que foi transportado para o Hospital de Beja onde viria a ser sujeito a uma intervenção cirúrgica e duas mulheres, de 25 e 28 anos, que sofreram ferimentos ligeiros.
De acordo com o despacho de acusação a que o JN teve acesso, o MP sustenta que o acidente se ficou a dever ao facto da viatura de Diogo ter “transposto a marca longitudinal, linha mista continua e descontinua, saiu da sua via (cortando a curva) e invadiu a via de trânsito contrária, vindo a embater com a parte frontal no veículo contrário”.
Segundo apurou o Lidador Notícias (LN), no passado dia 22 de janeiro, depois de recuperar da cirurgia, Diogo foi chamado pela GNR para prestar declarações, tendo-se remetido ao silêncio, tendo sido constituído arguido mediante termo de identidade e residência (TIR).
Além dos quatro crimes de que está acusado, o arguido arrisca ainda uma contra-ordenação, por não possuir seguro de responsabilidade civil, uma vez que o MP extraiu uma certidão que remeteu à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
O julgamento vai realizar-se no Tribunal de Beja, durante a primeira quinzena do próximo mês de outubro, com recurso a um Coletivo de Juízes, arriscando uma pena de prisão superior a cinco anos.
Teixeira Correia
(jornalista)