Começa hoje a ser julgada no Tribunal de Beja, perante um Coletivo de Juízes, uma rede familiar de tráfico de estupefacientes que foi desmantelada em 5 de dezembro de 2022, em Aljustrel, pela GNR.
O grupo inclui pai, filho, nora e um primo em segundo grau. Este último arguido e a companheira, tinham também habitação na zona de Palmela.
Três estão em prisão preventiva, os dois homens (João e Ricardo) e a mulher (Teresa), e o “patriarca” (Francisco) ficou em liberdade, com apresentações periódicas, existindo mais quatro arguidos (Luís, Luís G. e André) entre eles a companheira (Maria) do suspeito de liderar o grupo.
Os oito arguidos têm entre os 23 e os 48 anos, são todos naturais de Aljustrel, estando sete acusados de um crime de tráfico de estupefacientes agravado praticado em co-autoria, e um, o arguido mais velho, de um crime da mesma natureza, mas de menor gravidade.
Do processo constam 51 testemunhas de acusação, sendo 46 consumidores que compravam estupefacientes ao grupo, 4 militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Aljustrel e um inspetor da PJ ligado ao Gabinete de Recuperação de Ativos.
O grupo dedicava-se à venda de produtos estupefacientes nos concelhos de Aljustrel, Castro Verde e Palmela, e foi durante vários meses investigado pelos militares do NIC da GNR e o elo familiar entre os suspeitos levou a um trabalho aturado dos investigadores para atuar no “momento certo”.
Na operação foi dado cumprimento a 12 mandados de busca, sendo de destacar três domiciliários, seis em viaturas e três em estabelecimentos, que decorreram nos três concelhos onde os suspeitos residiam e vendiam a droga.
Foram apreendidas 250 doses de haxixe e 20 de cocaína, 22 pastilhas de ecstasy, 198 comprimidos utilizados como produto de corte, 15 saquetas de nicotina e três garrafas de óxido nitroso. Utilizados no desenvolvimento da atividade criminosa, foram levados pelos militares da Guarda sete telemóveis, cinco balanças de precisão, um petardo, uma tesoura e seis facas. As autoridades apreenderam ainda 3.675 euros em numerário, 40 libras em numerário, 17 anéis de ouro e dois de prata, seis viaturas e uma moto de água, que consideram como resultante da venda dos estupefacientes aos consumidores.
Os dois arguidos do sexo masculino, de 41 e 26 anos, estão em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional (EP) de Beja e a mulher, de 23 anos, no EP de Odemira, onde têm aguardado julgamento.
Teixeira Correia
(jornalista)