Um ano depois de ter sido encerrado, 27 de setembro de 2022, freiras vindas de Espanha e leigas da Ordem Terceira de Beja, entraram no Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, não sem que antes o tivessem trancado a corrente e cadeado.
Ontem eram 14h45 quando uma viatura de matricula espanhola entrou no Carmelo, depois de uma leiga da Ordem Terceira, ter aberto o cadeado e retirado a corrente, tendo sido questionada pelo Lidador Noticias (LN) sobre que deu a ordem ou colocou os mesmos nos portões, a resposta foi um lacónico: “não sei”, recusando explicar como tinha acedido à chave para abrir o cadeado.
Depois de entraram com a viatura, arrumaram a mesma no parque junto à igreja e entraram dentro do edifício do Carmelo.
cerca das 16,00 horas entrado uma carrinha afeta ao Centro Social e Paroquial do Salvador, de Beja, sendo o condutor portador de uma chave para aceder aos interior das instalações de onde saiu cerca de duas horas depois, tendo os restantes elementos ficado no interior do Carmelo.
Segundo foi possível apurar, as freiras espanholas virão a mando da Madre Federal, que vive em Córdoba, uma mulher definida como “rude, arrogante, intransigente, sem abertura para o diálogo e à relação com os outros”.
O aparecimento das correntes e o cadeado deixaram perceber que existiam movimentações no Carmelo, e depois de se saber que eram freiras espanholas acompanhadas de leigas portuguesas, questionou-se como tiveram estas conhecimento da vinda das irmãs e qual o tipo de apoio estão a dar.
Fonte conhecedora das movimentações no interior da igreja justificam que “há muito que a Ordem Terceira se quer instalar no Carmelo”, justificaram.
Refira-se que aquando da entrada da viatura de matricula espanhola no interior no Carmelo, a leiga que ajudou a freira espanhola a fechar o portão ao ver que o Lidador Notícias (LN) fotografava a intrusão, fez um gesto com as mãos, simbolizando uns cornos.
O fecho do Carmelo a 17 de setembro de 2022
Sessenta e oito anos depois da restauração, o Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, o primeiro convento feminino da Ordem do Carmo em Portugal, foi encerrado com a saída das duas últimas Irmãs Carmelitas, Madalena e Luísa, cujo destino deixou de ser conhecido.
O processo de encerramento do Carmelo de Beja começou em 12 de julho de 2019, quando a Santa Sé assinou o decreto que tornou a medida definitiva, decisão que só foi tornada pública três meses depois pelo bispo de Beja, D. João Marcos.
O Carmelo do Sagrado Coração de Jesus foi fundado em Abril de 1954 por D. José do Patrocínio Dias, natural da Covilhã, que foi Bispo de Beja entre 1922 e 1965, tendo sido uma figura fulcral na restauração das Dioceses de Beja. Para refundar o Carmelo, naquela data vieram seis carmelitas de Sevilha, quatro portuguesas e duas espanholas, incluindo Madre Priora.
Herdeiros de família doadora de terras do Carmelo querem que o espaço seja revertido.
“Ou as Irmãs Carmelitas voltam ou a Diocese/Igreja devolve o Carmelo à nossa família. Ou fazem-no de vez ou fazem-no em tribunal.”, alertou Francisco Cruz Martins, um dos filhos do casal que doou o terreno, com muito mais de 1 hectare, para construção do Carmelo de Beja.
Os herdeiros do casal Maria Benedita e Francisco Cruz Martins, que em 1963 doaram o terreno e pagaram parte da construção do mosteiro onde foi estabelecido o Carmelo do Sagrado Coração de Jesus,pretendem a reversão do espaço caso este seja não ocupada pelas Irmãs Carmelitas.
Ordem Primeira: é constituida por frades e pdres carmelitas porque surgiram em primeiro lugar.
Ordem Segunda: é constituida pelas irmãs carmelitas de clausura.
Ordem Terceira: é um grupo de leigos com votos de obediência, pobreza e castidade, mesmo sendo casadas.
Teixeira Correia
Jornalista