Beja: Cinco anos depois, enfermeiro julgado por dois crimes de abuso sexual.
Um antigo enfermeiro do Hospital de Beja, de 36 anos, vai ser julgado por dois crimes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência, perpetrados contra uma mulher doente que recorreu ao serviço de urgência daquela unidade de saúde.
De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP), concluído em setembro de 2017, a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso, o caso terá ocorrido na madrugada de 18 de julho de 2013, numa casa de banho daquele serviço do Hospital José Joaquim Fernandes, localizado na cidade alentejana.
Segundo o MP, a mulher ficou incapaz para qualquer reação ou movimento do corpo, em virtude da medicação aplicada e também pelo facto de estar sob a influência de estupefacientes, situação que terá sido aproveitada pelo arguido para abusar da vítima, numa maca no interior de uma casa de banho.
O arguido procurou evitar o julgamento, pedindo a abertura instrução do processo, mas, no passado dia 15 de outubro a juíza de instrução manteve a decisão do MP, e o arguido vai ser julgado por um Tribunal Coletivo, arriscando ser condenando a uma pena superior a cinco de anos de prisão.
Tido no seio do Hospital de Beja, como “um excelente profissional e uma pessoa integra”, o enfermeiro foi depois dos acontecimentos transferido para um serviço de urgência básica (SUB) de um Centro de Saúde de outra localidade do distrito.
Quem conhece o processo afirmou ao LN, que a mudança teve a ver com “a capacidade profissional do enfermeiro para o reforço do atendimento no SUB”, referiu.
Na altura dos factos o Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), EPE emitiu um comunicado onde confirmava que “na verdade, no dia 18 de manhã foi comunicado pelo Chefe de Equipa Médica, do turno atrás referido, à Direção Clínica Hospitalar, a denúncia de uma doente”, acrescentando que “deliberou pela abertura de um processo de inquérito e pela não suspensão do profissional visado na denúncia”, rematando que “as conclusões deste incidente, e no estrito cumprimento da lei, serão oportunamente, comunicadas”, não se conhecendo quais os resultados do inquérito interno levado a cabo pelo CA da ULSBA.
Teixeira Correia
(jornalista)