(Atualizada) Beja: Clima de “descontentamento” no seio da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial da PSP.
O clima que se vive no seio da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP) da PSP do Comando de Beja, é de “descontentamento” entre os subordinados e o comandante da EIFP. Foram feitas denúncias, o Comando afirma “desconhecer”. ASPP e Sindicatos já reuniram para discutir o assunto.
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Começa por referir o Superintendente Glória Dias que “à Polícia de Segurança Pública compete garantir a segurança de todas as pessoas e bens à sua guarda nas áreas de sua competência territorial, e para tal esta a PSP munida de normas e procedimentos internos de gestão de pessoal e metodologias de trabalho, todas elas tendentes à prossecução dos mesmos”.
O comandante da PSP assegura que “não tendo tido conhecimento do teor da “Denuncia” recebida por V. Exª, torna-se difícil perceber o alcance da mesma, no entanto tentarei responder aos pontos por si identificados, nas partes que porventura possam causar duvidas, assim sendo: A PSP é uma força de segurança de natureza civil, armada e uniformizada e como tal obedece à Lei do País, e tem regras gestão, de disciplina, actuação e uniformização, todas elas vertidas em regras, normas e regulamentos. A PSP não tem, nem terá objectivos estatísticos como os enunciados de nº de “multas” e “ Detenções”, ou qualquer outro Objectivo que não sejam meramente operacionais, ou seja, numero de operações efectuadas, sejam elas preventivas ou de visibilidade. As Esquadras de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP), são unidades policiais que integram Equipas de Intervenção Rápida (EIR), Brigadas de fiscalização Ambiental (BRIPA), Equipas de fiscalização de Armas e Explosivos, Equipas de notificações e Equipas de Segurança Privada, como tal as EIR são uma das valências das referidas esquadras, e portanto integradas e fazendo parte das diversas missões que estão atribuídas a essa esquadra, sendo que ás EIR, são-lhes atribuídas as missões que no âmbitos das competências da PSP e a sua estratégia operacional, assim forem definidas. No que concerne as alegações de retiradas de tv e sofás, e estranho pois tal não aconteceu, e quanto ao Programa “ Strong COPS” efectivamente neste momento encontra-se suspenso pois entendeu-se fazer uma reavaliação do mesmo, sendo retomado de acordo com as conclusões que dessa avaliação advierem”.
No rodapé da resposta o Superintendente Glória Dias, faz um resumo daquilo que é a posição do comando Distrital: “Em suma, as acusações que V.Exª indica não são do meu conhecimento, pois chegaram a si, quando deveriam em primeira análise ter chegado a mim, pois hierarquicamente assim o deveria ter sido, contrariando as normas e boas praticas. No entanto é falsa a alegação de que de alguma forma se pretende aumentar a estatística de multas ou detenções, pois tais factos decorrem única e exclusivamente da conduta dos cidadãos e do cumprimento ou não das leis em vigor em Portugal. Quanto ao demais, a gestão interna da PSP e a sua metodologias de actuação, estão definidas e são aplicadas de acordo com as necessidades internas”.
Na semana passada realizou-se em Beja uma reunião que juntou a ASPP e alguns dos Sindicatos representativos dos profissionais da Polícia, tendo o assunto sido abordado no referido encontro.
Paulo Rodrigues, presidente da ASPP, quando confrontado com o caso, confirmou ter recebido “essas queixas, que a serem verdade o que nos foi transmitido que há uma grande pressão interna para a prossecução de números, o que não é a missão da PSP”, justificou. O sindicalista assegurou que “a Intervenção Rápida é um serviço que não pode ser descaraterizado ou a criar instabilidade, retira a capacidade reação da força”, concluiu.
Quando confrontado sobre as iniciativas a levar a cabo pela associação, Paulo Rodrigues garantiu que iriam “colocar a questão ao comandante do comando de Beja, sobre se tem conhecimento das situações e é verdade que está a cobertura e o que vai fazer para as resolver”, deixando a nota que se as respostas forem de cobertura aos factos apontados “será colocada a questão à Direção Nacional e ao próprio Governo”, rematou.
Teixeira Correia
(jornalista)