Desde que Francisco George assumiu a presidência da Cruz Vermelha em novembro de 2017, a Delegação de Beja já conheceu vários responsáveis. A última presidente da Comissão Administrativa, antes do atual Delegado Especial, durou seis dias. Lar/Residência de Beja: um que não abre ou que pode fechar.
A “Dança de Cadeiras” começou na noite de 1 de dezembro de 2017, na primeira visita de Francisco George enquanto presidente da Direção Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), cargo que tinha assumido sete dias antes e desde essa data já houve um presidente, cinco presidentes de Comissões Administrativas (CA) e agora um Delegado Especial.
Naquela noite a primeira novidade que Francisco George transmitiu a trabalhadores e voluntários da CPV, foi a de que desde esse dia, o Centro Humanitário (CH) passaria a chamar-se Delegação de Beja (DB) e que iria existir uma nova forma de gestão a implementar.
Depois anunciou Graça Urge como a primeira presidente da Delegação de Beja, Eduarda Montes vice-presidente, José Lemos Delegado Regional do Sul e Tadeu de Freitas, que era desde novembro de 2010 era presidente da Comissão Administrativa do CH, passava a diretor Executivo.
Mas a primeira presidência do DB foi “sol de pouca dura”, já que no dia 1 de junho um despacho de George refere que “por imperativos pessoais pede a demissão a presidente Graça Urze, sendo exonerada toda a Comissão Administrativa. Foi nomeada uma nova Comissão Administrativa composta por Eduarda Fernandes Montes (presidente), Maria Luísa Rodrigues e Edite Spencer Reis”.
Vinte seis dias depois, novo despacho exonera das funções na CA “por impedimentos pessoais” Maria Luísa Rodrigues e Edite Spencer Reis, que passou a ser constituída por Eduarda Fernandes Montes, como presidente, e Maria Leonor Lança Silva.
Em 5 de junho de 2020, a Eduarda Fernandes Montes, pede a demissão como presidente da Comissão Administrativa, e Francisco George nomeia por 12 meses nova CA composta por Juvenal Cunha (presidente), António Carlos Cachopo (tesoureiro) e António Correia Ratinho (vogal). Nesse mesmo dia o presidente nacional da CVP assina novo despacho onde José Lemos Santos deixa de exercer funções o Delegado Regional de Beja, sendo nomeado José Portela Campos.
Depois meses depois de tomar posse como vogal, António Correia Ratinho apresenta o pedido de demissão e a 27 de agosto, por proposta do presidente, Juvenal Cunha, foi nomeada Rita Lemos Santos (vogal).
Menos de dez meses depois de tomar posse, a 24 de março de 2021, “na sequência da demissão” do presidente da Comissão Administrativa, Juvenal Cunha, Francisco George assina o despacho onde é “nomeada por 12 meses” uma Comissão Administrativa composta por Maria Conceição Lampreia (presidente), António Carlos Cachopo (tesoureiro) e Rita Lemos Santos (vogal).
Mas os doze meses de nomeação de Maria Conceição Lampreia, à frente da Delegação de Beja da CVP, referidos do despacho do presidente da Direção Nacional, não passam de seis dias, já que a 30 de março um novo despacho de George, “nomeia o vice-presidente da Direção Nacional, José Lemos Santos, Delegado Especial da Delegação de Beja, com poderes para nomear nova equipa diretiva. Cessa funções a Comissão Administrativa nomeada a 24 de março”.
Nos vários despachos “de entrada e saídas” não há explicações sobre os atos assumidos por Francisco George numa verdadeira “Dança de Cadeiras”.
A juntar a tudo isto há uma nova residência, cujas obras estão paradas desde fevereiro de 2017, que quando estivesse operacional fazia com que a Cruz Vermelha encerrasse os outros dois espaços que tem no Centro Histórico de Beja, onde funcionam as Casas de Repouso e o Serviço de Apoio Domiciliário. A nova residência continua por concluir, mas é voz corrente que a CVP vai passar a terceiros estes dois serviços e encerrar os mesmos.
Teixeira Correia
(jornalista)