Beja: Ex-tesoureiro de grupo coral acusado de desviar 94 mil euros.


O Ministério Público de Beja imputa crime de abuso de confiança a antigo dirigente dos Cantores do Desassossego.

O anterior tesoureiro da Associação Cantadores do Desassossego, um grupo coral de Beja, foi acusado, pelo Ministério Público (MP), de se ter apropriado de 94 686 euros daquela coletividade. O arguido não requereu a instrução do processo e começará a ser julgado em fevereiro de 2022.

Segundo o despacho de acusação do MP, o arguido, Miguel Pavia, vai responder por um crime de abuso de confiança agravado, cometido entre março de 2016 e janeiro de 2020.

Miguel Pavia era o único elemento da direção dos Cantadores do Desassossego com acesso à respetiva conta bancária, onde foram depositados, ao longo de anos, receitas das atuações do grupo que ascenderam a 94 mil euros.

O MP sustenta que, durante o período em análise, a instituição teve somente 106 euros de despesas, referentes a livros de cheques e anuidades de um cartão de débito. Todas as despesas restantes “são da responsabilidade do arguido, que, por diversas vezes, deixou a conta com um saldo reduzido ou até negativo”, lê-se na acusação.

Só nos anos de 2017 e 2019 foram depositados na conta bancária 65 232 euros, mas no final de cada ano o saldo era irrisório. Em 31 de dezembro de 2018 a conta apresentava um saldo negativo de 25,49 euros.

No processo consta uma declaração de dívida, na qual Miguel Pavia assume o compromisso de devolver o dinheiro desviado. O crime pelo qual o arguido vai ser julgado é punível com pena de prisão que pode chegar aos 5 anos.

Depois de descobertas as irregularidades, Miguel Pavia afastou-se dos Cantadores do Desassossego e foi substituído por um novo tesoureiro.

Teixeira Correia

(jornalista)


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