Beja: Ex-trabalhador de Junta de Freguesia Senhora da Saúde, de Évora, em greve de fome.
Sérgio Silva, ex-trabalhador da Junta de Freguesia da Senhora da Saúde, em Évora, em greve da fome até 31 de julho, junto ao Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja, para “exigir” que o seu processo que o opõe à junta seja decidido, porque quer “voltar a trabalhar”.
“Estou aqui pelo meu filho de 4 anos e pela minha mulher. Só quero que o tribunal resolva o processo e posso trabalhar”, confessou ao Lidador Notícias (LN), Sérgio Silva, 38 anos, casado, pai de um menino, e ex-trabalhador da Junta de Freguesia da Senhora da Saúde, que na manhã de ontem começou uma greve de fome, junto ao Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja.
Tudo começou em junho de 2013, na sequência de uma operação a que o trabalhador foi sujeito, acabando por ser despedido “com justa causa por cinco dias de faltas injustificadas”, segundo o entendimento do presidente da autarquia.
Sérgio Silva, natural de Arcozelo (Vila Nova de Gaia) que vive há 8 anos em Alcáçovas (Évora), recorreu para o Tribunal de Trabalho e em 4 de abril do ano passado, foi-lhe dada razão, com a declaração de “ilicitude do despedimento do trabalhador” e a condenação da Junta de Freguesia numa indemnização no valor de 6.604,17 euros.
A edilidade não se deu por vencida e recorreu para o Tribunal da Relação de Évora, que no dia 4 de dezembro se mostrou “incompetente para julgar o processo e remeteu o mesmo para o TAFBeja, onde guarda decisão.
Cansado de esperar e depois de já ter estado na Assembleia da República, Sérgio Silva, que tem uma paralisia no braço direito, com uma incapacidade de 60%, decidiu “jogar a vida ao sol de Beja”, disse ao nosso jornal.
“Não me interessa o dinheiro da indemnização, quero que resolvam o processo que está a bloquear qualquer contrato. Só quero trabalhar”, disse emocionado, no seu sotaque nortenho.
“Um amigo emprestou-me dinheiro para o comboio e outro uma tenda, senão, não conseguia estar aqui”, justificou. Sérgio mostrou receio pelo calor: “não sei se vou aguentar. Só vou beber água, porque também não tenho dinheiro para comida”, rematou.
Contactado pelo LN, o presidente do TAFBeja, Paulo Carvalho, justificou que como cidadão “tem o direito a fazer a greve”, acrescentando “não puder” falar sobre o processo, que “segue os seus trâmites”, concluiu.
Teixeira Correia
(jornalista)