A exposição está patente no Centro de Arqueologia e Artes de Beja até ao último dia de 2025, ano em que o Museu Jorge Vieira assinala três décadas de existência.
Criado em Beja a partir da doação que o escultor fez à cidade em 1995, o Museu tem sido casa de um conjunto notável de esculturas, maquetas e desenhos que marcaram a arte portuguesa do século XX.
Trinta anos depois, e um ano depois de se cumprirem os cinquenta anos de Abril, a cidade devolve-lhe uma homenagem com a exposição TERRA SOL LIBERDADE. Três palavras que foram matéria central para Jorge Vieira: a terra, moldada e conceptual; o sol, energia e luz; a liberdade, sempre presente no seu gesto artístico e cívico.
A mostra nasce de uma residência artística realizada em Beringel, terra de barro e tijolo, onde os artistas convidados trabalharam durante dez dias lado a lado com os mestres locais António Mestre e José Manuel Parreira. Deste encontro entre tradição e experimentação surgiram novas obras que se cruzam agora com o espólio de Jorge Vieira.
Participaram também dois estudantes da Faculdade de Belas-Artes de Lisboa, vencedores de um concurso interno, reforçando a ideia de transmissão entre gerações que foi sempre promovida pelo escultor.
Os nomes presentes na exposição testemunham essa diversidade, a ligação a Jorge Vieira e a Beja: Bárbara Rodrigues, Cláudia Guerreiro, Heitor Figueiredo, Marta Castelo, Rita Carreira, Suzana Henriqueta, Tiago Mestre, Virgínia Fróis. Junta-se ainda Noémia Cruz, escultora que trabalhou com Jorge Vieira e que ao longo dos anos tem mantido viva a sua memória. Completam este encontro os mestres de Beringel, António Mestre e José Manuel Parreira, guardiões de um saber artesanal ligado ao barro e ao tijolo, que colaboraram com os artistas durante a residência artística realizada em julho de 2025.
Entre obras, o que é apresentado no Centro de Arqueologia e Artes de Beja é um percurso que parte sempre da obra de Jorge Vieira para interrogar o presente. A Terra, o Sol e a Liberdade, são palavras que atravessaram a vida e a criação do escultor, são evocadas como matéria de trabalho e horizonte de reflexão. Mais do que um exercício comemorativo, esta exposição procura renovar o diálogo entre Vieira, os artistas de hoje e a cidade de Beja, perguntando de que forma continuamos a pensar o escultor e o seu ethos.
Informações úteis Local: Centro de Arqueologia e Artes de Beja — Praça da República, 43, 7800-427 Beja. Horário: terça a sábado, 10h–13h e 15h–19h, Contacto: caa@cm-beja.pt | 284 311 817
