Beja: Familiares e trabalhadores de detidos no Alentejo manifestam-se à porta do tribunal.


Cerca de três dezenas de familiares e trabalhadores dos 20 detidos, na “Operação Espelho”, da Polícia Judiciária, estão concentrados frente à porta do Tribunal de Beja, manifestando o seu descontentamento pelas detenções, por crimes como auxílio à imigração ilegal.

À chegada dos arguidos ao tribunal, os manifestantes gritaram repetidamente “queremos liberdade, queremos liberdade”. Esta cena repete-se, depois de, quarta-feira à tarde, se terem manifestado à porta do Tribunal de Cuba, onde os arguidos foram presentes para identificação.

Dando voz às três dezenas de manifestantes, Stefania Bianca (na foto), de nacionalidade romena, residente em Cuba, que se identificou como esposa de um dos detidos e também como trabalhadora agrícola, referiu que “eles não têm nenhuma culpa, não maltrataram ninguém, ajudaram toda a gente”. “Ficámos sem trabalho, sem ajuda, sem nada”, afirmou. “Estamos em Portugal há 7/8 anos a trabalhar com eles. Pagavam bem e mais ainda a quem tinha crianças a seu cargo”, não querendo revelar quanto ganhava, dizendo apenas que estava “satisfeita”.

Quando questionada sobre as condições em que vivem os trabalhadores, Stefania Bianca referiu que “só uma pessoa falou que era explorado. Vive com outros na miséria, porque só querem o dinheiro e não fazem limpeza às casas”, apontando o dedo a um trabalhador que, no dia das detenções em Faro do Alentejo, concelho de Cuba, foi o único que falou aos jornalistas.

Além dos vinte arguidos que estão a ser presentes a um Juiz de Instrução Criminal (JIC) do Tribunal de Beja, há mais outros detidos na mesma operação, mas ligados a um processo que teve início em Évora.

Segundo apurou o Lidados Notícias, entre os detidos estão, pelo menos, três portugueses, dois homens e uma mulher, o líder do grupo e o seu braço direito e a contabilista, a quem foram apreendidas diversas viaturas tipo de gama, nomeadamente um Porsche, um Jaguar, um Mercedes e uma carrinha Ford Raptor avaliada em 75 mil euros.

Os arguidos estão indiciados dos crimes de associação criminosa, tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, angariação de mão-de-obra ilegal, extorsão, branqueamento de capitais, fraude fiscal, ofensas à integridade física, posse de arma de fogo e falsificação de documentos.

Teixeira Correia

(jornalista)


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