Aproveitando o escuro da noite e o escasso movimento de automóveis ou pessoas na zona, por ser domingo, um individuo trepou ao telhado do Intermarche de Beja, furou a cobertura do mesmo, desmontou o teto falso de uma tabacaria, tendo-se introduzido no seu interior, de onde furtou dinheiro, raspadinhas e tabaco, no valor total de 20.110 euros.
Além de responder pelo crime de furto qualificado, praticado na noite dia 26 de junho de 2022, de acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP) de Beja a que o Lidador Notícias (LN) teve acesso, Rui Jorge Rodrigues, de 54 anos, residente no Bairro da Horta Nova, em Carnide, no concelho de Lisboa, está também acusado de quatro crimes de ameaça agravada.
Detido na noite de 1 de abril de 2023, por agentes da PSP da 36ª Esquadra do Bairro Padre Cruz, na Pontinha, em Lisboa, no cumprimento de um mandado de detenção, no interior da esquadra o arguido fez diversas ameaças a quatro polícias, intimidando que os matava e fazia explodir o edifício.
O furto no interior da superfície comercial aconteceu na noite dia 26 de junho de 2022, cerca das 22,30 horas, hora e meia depois daquela ter encerrado ao público, e segundo a acusação, fazendo uso de uma corda com 12,50 metros e 25 nós, uma tesoura de poda, um alicate de pressão e uma folha de serrote de cortar ferro, cortou a cobertura e desmontou o teto da tabacaria.
Do interior do espaço o autor do furto levou dois lotes de raspadinhas no valor de 8.000 euros, tabaco e mortalhas, no valor de 6.110 euros e 6.000 euros em dinheiro que o proprietário do estabelecimento deixara na caixa registadora para depositar no dia seguinte.
Apesar do MP não concretizar como atuou o arguido, o LN apurou que na altura os agentes da Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Beja fizeram a reconstituição do crime depois de ver as imagens das câmaras de filmar dos edifícios em redor. O homem deixou o carro a cerca de 500 metros do local, foi por detrás dos muros da superfície comercial, até subir e depois descer do telhado, sem deixar rasto. Rui Jorge Rodrigues foi identificado por ter atuado de cara destapada.
Porque decorriam obras no híper, a polícia formulou a convicção de que o indivíduo possa ter estado a trabalhar local ou tenha tido um cúmplice que lhe “fez o mapa” do espaço. Essa crença dos agentes teve por base os conhecimentos sobre os passos que o arguido deu no telhado, o sítio onde se localizava a tabacaria e o teto da mesma, e os seus movimentos no interior do local onde cometeu o furto, já que os mesmos não foram detetados pelas câmaras de filmar, o que levou a que o alarme não tivesse disparado.
O MP promove na acusação que caso Rui Jorge Rodrigues, seja condenado a pagar ao Estado, com força executiva, a quantia de 20.110 euros, por vantagem obtida pela prática do crime. O julgamento vai realizar-se no Tribunal de Beja perante um juízo singular.
Teixeira Correia
(jornalista)