Beja: Greve dos trabalhadores judiciais inviabilizam audição de condutor alcoolizado.


O processo do militar da BA11 alcoolizado envolvido atropelamento mortal, baixa a inquérito. Segundo a GNR fugiu do local e não prestou assistência à vítima. Vai aguardar o desenrolar do processo em liberdade, sujeito a termo de identidade e residência (TIR) e a poder conduzir sem qualquer embargo.

A greve dos funcionários judiciais do Ministério Público (MP) de Beja, inviabilizou a audição do primeiro-sargento da Força Aérea, presumível autor do atropelamento mortal de um ciclista, ocorrido na tarde de sexta-feira na estrada que liga a Base Aérea (BA)11 à cidade de Beja, via IP2.

O militar, que acusou uma taxa de alcoolemia, de 1,71 gramas /litro de sangue, está ligado à Esquadra 552-“Zangões” que opera os helicópteros Aloutte III, esteve presente no MP depois no tribunal, acompanhada da esposa e da advogada, mas a adesão total dos trabalhadores à greve, e o facto deste tipo de diligência não estar contemplado nos serviços mínimos, levou a que não fosse ouvido e que os autos do acidente elaborados pela GNR, sejam, eventualmente, remetidos para inquérito.

O individuo, residente em Faro, vai continuar a aguardar o processo em liberdade, sujeito a termo de identidade e residência (TIR), a poder conduzir sem qualquer embargo e a prestar serviço na BA11, sendo posteriormente notificado para comparecer no MP a fim de prestar as primeiras declarações. O condutor arrisca ser julgado pelos crimes de homicídio por negligência e omissão de auxílio.

O atropelamento ocorreu às 18,55 horas de sexta-feira, a escassas centenas de metros da porta de armas da unidade militar, quando Jorge Martinho, 52 anos, funcionário da dependência de Beja da Caixa Geral de Depósitos, foi atropelado pela carrinha BMW, conduzida pelo militar ainda fardado, que arrastou o ciclista por mais de uma centena de metros.

O oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, capitão Daniel Ferreira, revelou que após o acidente, que ocorreu cerca das 19,00 horas, o militar terá fugido no veículo, mas, devido ao alerta dado às autoridades, foi intercetado por uma patrulha da GNR, depois da carrinha ter circulou mais de três quilómetros na estrada militar e junto ao acesso ao IP2, fez inversão de marcha para regressar à BA11, quando foi parada (foto de cima).

Depois de sujeito às formalidades para testar a taxa de alcoolemia, foi levado ao Hospital de Beja, onde foi feita a recolha de urina, para despistar o uso de substâncias psicotrópicas.

O corpo de Jorge Martinho foi autopsiado ontem ao início da tarde no Gabinete Médico-Legal de Beja, e o funeral realizado às 17,30 horas, no cemitério de Albernoa, concelho de Beja, de onde era natural. Gonçalo, o filho da vítima, completou no sábado 17 anos.

Teixeira Correia

(jornalista)


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