Três agentes da PSP de Beja vão ser alvo de investigação do IGAI, depois do MP ter arquivo os processos. Comando Distrital está a averiguar se há motivos para processo interno.
Aquando da propalação do despacho de acusação onde foi imputada a prática de crime de tortura e outros tratamentos cruéis, degradantes ou humanos, a um agente do Comando Distrital de Beja (CDBeja) da Polícia de Segurança Pública (PSP), o Ministério Público (MP) de Évora arquivou outros factos envolvendo outros intervenientes, nomeadamente, outros três agentes da corporação.
Na altura o MP deixou críticas aquelas polícias, sustentando que deveriam ter tido outro tipo de ação, não ficando indiferentes ao comportamento do colega para com o cidadão ucraniano levado para a esquadra e terem reportado os factos ao comando.
A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) abriu um inquérito aos três agentes para apurar responsabilidades dos mesmos e se há ou não razões para abrir processos disciplinares.
Ao Lidador Notícias (LN), o Superintendente Raul Glória Dias, comandante do CDBeja, referiu que na sequência das recomendações do MP, “estamos a apurar se existiu alguma infração disciplinar para elaborar um processo interno”, concluiu.
Recorde-se que o caso foi revelado pelo Lidador Notícias que dava conta das acusações feitas por Aleksander Buiniakov, de 40 anos, que acusou um agente de estar alcoolizado e de o ter agredido a pontapé cerca das 06,00 horas de 12 de fevereiro junto à Esquadra de Trânsito da PSP de Beja (na foto), local para onde foi levado para ser inquirido.
O cidadão ucraniano, trabalhador de uma empresa alemã que na data dos factos procedia à montagem de painéis solares em Ferreira do Alentejo, esperava o autocarro que faria o transporte dos trabalhadores, quando foi abordado pelo polícia que lhe exigiu a identificação.
Depois de levado para a esquadra, onde ocorreram os factos de que o agente está acusado, Aleksander deu entrada no Serviço de Urgência do Hospital de Beja às 07,21 horas e apresenta uma fratura num braço esquerdo.
Após deixar o hospital, o que ocorreu cerca das 15,00 horas desse dia 12 de novembro, a vítima e o encarregado da empresa dirigiram-se à Esquadra de Polícia onde foi formalizada a queixa contra o agente da PSP envolvido no caso.
No passado dia 31 de janeiro, o MP acusou para julgamento por tribunal singular o agente da PSP de Beja. Depois de concluído o num inquérito titulado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, justificando ainda que “os autos foram parcialmente arquivados relativamente a outros factos denunciados, envolvendo diversos intervenientes”
A SOLIM-Associação Solidariedade Imigrante emitiu um comunicado onde exige ao Governo, através do MAI e da IGAI, “a suspensão imediata de funções do agente acusado”.
Teixeira Correia
(jornalista)