Beja: Médicos obstetras “espécie” em vias de extinção no Hospital.
A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo travou o quinto encerramento da Urgência de Ginecologia/ Obstetrícia do Hospital de Beja com o recurso a médico em regime de prestação de serviços. Ministério da Saúde afirma que resposta à falta de médicos “deve ser dada pelo hospital”.
Para resolver a quinta falta de médicos, desde o início do ano, da especialidade de Ginecologia/ Obstetrícia no Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, agendada para ter início ontem às 18,00 e até às 08,00 horas de hoje, o Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) recorreu a um médico em regime de contrato de prestação de serviços.
Partindo da resposta dada pelo Ministério da Saúde ao Lidador Notícias (LN) sobre a constante falta de médicos na unidade hospitalar bejense, “sobre essa questão deve ser o hospital a responder”, percebe-se que terá que ser o CA a resolver o problema pelos seus próprios meios.
Segundo apurou o LN, dos seis médicos que o Hospital de Beja tinha no quadro, todos com idades acima dos 50 anos, restam três, os restantes pediram alteração contratual e estão em regime de contrato de prestação de serviços.
Desde o início do ano que por falta de um segundo médico obstetra, as grávidas que recorrem aos serviços de urgência do Hospital de Beja, são encaminhadas para outras unidades, nomeadamente o Hospital do Espírito Santo, em Évora, a mais de 80 quilómetros, algumas pelos seus próprios meios e sem assistência médica.
“É uma situação muito grave e preocupante. O Governo faz vista grossa a estas coisas. Há que ser mais assertivo”, justificou ao nosso jornal, o bastonário da Ordem dos Médicos, que assegurou que vai “fazer novamente pressão junto da ministra da saúde”, concluiu.
Miguel Guimarães defendeu que “Beja tem sido um distrito muito prejudicado com a falta de médicos. As distâncias dos meios rurais são tremendas”, acrescentando que o recurso à prestação de serviços não resolve, porque “desenrascar é com para situações de emergência e Beja é apanágio dessa situação”, rematou.
Quando colocado perante a questão de como ultrapassar a falta de médicos, o bastonário defendeu que se devem “contratar pessoas paras as zonas periféricas com incentivos, tais como subidas na carreira, formação paga elo Estado, redução de impostos e habitação, entre outras. Não precisamos de inventar nada”, concluiu.
Por seu turno o presidente da Câmara de Beja justificou que a situação é muito preocupante e grave só existir um obstetra de serviço”, acrescentando Paulo Arsénio que a autarquia “vai pedir uma reunião com a Ministra da Saúde. O ministério têm a obrigação de resolver a questão”, disse.
Quisemos saber como pensa a ULSBA resolver o problema em termos definitivos e em particular quando começar as férias dos médicos obstetras, mas o CA não respondeu.
Teixeira Correia
(jornalista)