Beja: Orçamento Municipal 2025 reprovado. Eleitos das três forças em desacordo e troca de comunicados.


No passado dia 27 de novembro, o executivo em permanência da Câmara Municipal de Beja apresentou, em reunião de câmara, o Orçamento Municipal para 2025 e as Grandes Opções do Plano. Os documentos mereceram os votos a favor dos eleitos do PS (3) e contra dos eleitos da CDU (3) e Beja Consegue (1), pelo que foi reprovado.

Segundo os eleitos do PS “este orçamento, com um valor global de 64,4 milhões de euros, é sólido e reflete um compromisso com investimentos estratégicos essenciais para o futuro do concelho. A rejeição do orçamento pelas oposições Beja Consigo Consegue e CDU representa um entrave significativo ao progresso de Beja. Esta decisão irá gerar constrangimentos e atrasos na implementação de medidas fundamentais previstas, e poderá até comprometer a execução de projetos vitais para o desenvolvimento do município, como: a contratação de novos funcionários para as Escolas e para o serviço de Recolha de Lixo, maior aumento de sempre das transferências para as Freguesias (+460.000,00€), duplicação do valor dos apoios regulares às IPSS e o aumento de 25% do valor dos apoios regulares aos Grupos Corais, Requalificação do Estádio Flávio dos Santos, em parceria com a FPF e a AFB, a pavimentação das Ruas Zeca Afonso e Salgueiro Maia, a Requalificação da Zona Envolvente ao Novo Palácio da Justiça e o reforço da Limpeza Urbana, já que Orçamento de 2025 contemplava um valor significativo para melhoria deste serviço fundamental”.

“A partir de janeiro de 2025, a gestão municipal será realizada com base no orçamento em vigor a 31 de dezembro de 2024, garantindo as funções essenciais ao funcionamento do município”, situação que o presidente da autarquia deu conta logo após a reprovação dos documentos, como divulgou o Lidador Notícias.

Os socialistas justificam que “nos últimos anos, o executivo em permanência tem procurado, de forma consistente, construir pontes de diálogo com as oposições, integrando propostas que contribuam para o bem comum. No caso do orçamento para 2025, foram adotadas várias sugestões da oposição, demonstrando uma postura de abertura e cooperação. Lamentavelmente, a reprovação deste orçamento por motivos de natureza eleitoralista prejudica o avanço do concelho e o bem-estar dos cidadãos. Apesar deste revés, o executivo manterá o compromisso de trabalhar por um concelho mais justo, desenvolvido e próspero, com responsabilidade e visão de futuro”, rematam.

A CDU fala em “verdade” sobre o Orçamento

A recente reprovação do Orçamento Municipal para 2025 e das Grandes Opções do Plano por parte das forças da oposição, tem sido apresentada pelos eleitos do PS no município de Beja como um entrave ao desenvolvimento do concelho. No entanto, esta narrativa não reflete a realidade de uma gestão que, nos últimos sete anos, demonstrou falta de visão estratégica e resultados dececionantes para o concelho. É importante relembrar que o executivo em permanência tem tido o controlo total dos orçamentos municipais durante este período, tendo aprovado sucessivamente planos que não responderam às necessidades estruturais do concelho. Este histórico de uma gestão que tem mergulhado Beja nos “tempos mais cinzentos” da sua história recente.

A alegação de que a reprovação do orçamento comprometerá investimentos como a contratação de trabalhadores, o reforço da limpeza urbana ou a requalificação de infraestruturas esconde um facto crucial: estes problemas resultam diretamente da incapacidade de implementação de medidas eficazes nos orçamentos anteriores.

Comunicado “lamentável”, diz o Beja Consegue

Lamentável porque o tom critico, subjetivo e enviesado com que o comunicado se refere ao voto negativo do vereador Nuno Palma Ferro ao Orçamento Municipal 2025 é tudo menos institucionalmente aceitável e faria sentido na página do Partido Socialista local ou na muito movimentada página do Presidente Paulo Arsénio, mas nunca na página oficial da autarquia. Mais uma vez se confunde o domínio público e privado, nada que constitua novidade para os bejenses. 

Lamentável porque este comunicado é fabricado com o objetivo de levar o leitor a pensar que o Beja Consegue, entre outros, com o seu voto contra, inviabilizou uma série de projetos no concelho de Beja. O que não menciona, propositadamente ou não, é que o executivo pode apresentar um novo orçamento, para o qual já nos declaramos abertos a contribuir ou analisar. O executivo prefere governar a duodécimos, vestindo o papel de vítima e passando responsabilidades para a oposição. Isto sim, uma medida altamente eleitoralista. Em última análise, não apresentando uma nova proposta de orçamento, é o executivo do Partido Socialista e o presidente Paulo Arsénio que são os responsáveis pela queda dos ditos projetos. Curioso também a acusação de que este chumbo “representa um entrave significativo ao progresso de Beja”, quando o verdadeiro entrave tem sido a gritante falta de capacidade de executar projetos do executivo liderado por Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja há mais de 7 anos. 

Teixeira Correia

(jornalista)


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