(Exclusivo) Beja: Septuagenário deixado à porta de lar onde (vivia) era utente.


Utente do antigo Lar do Terrerinho da Peças, Centro de Apoio da Terceira Idade (CATI), em Beja, gerido pela Fundação de São Barnabé, foi deixado à porta da instituição, depois da mudança para as novas instalações na Colina do Carmo, situada no Bairro da Esperança, também na cidade. A Fundação não prestou esclarecimentos sobre o caso.

António Morgadinho_800x800Um septuagenário foi deixado, na passada terça-feira, à porta do Centro de Apoio da Terceira Idade (CATI), situado no Terreirinho das Peças, junto à Muralha do Castelo, em Beja, instituição que pertence à Segurança Social, mas que desde abril de 2005, é gerido pela Fundação de São Barnabé, com sede em Almodôvar.

Utente do CATI, que entretanto mudou para novas instalações, António Bernardo Morgadinho, a quem foi amputada a perna esquerda, foi deixado na cadeira de rodas à porta da instituição, com os seus haveres dentro de sacos plásticos utilizados para o lixo.

Moradores da zona, que se aperceberam do cenário de abandonado a que o homem foi vetado, alertaram o Centro Distrital da Segurança Social (CDSS), que recolheu os haveres de António Morgadinho e o transportou para a Cáritas, a fim de ser tratado e alimentado, enquanto as técnicas sociais conseguiam um lugar um lar.

Ant Morgadinho- Sacos plásticos_800x800Ao final da tarde desse dia, uma carrinha do CDSS, transportou António Morgadinho e os seus bens (dentro da viatura podem ver-se os sacos pretos do lixo com os pertences do cidadão), para o Lar de Barrancos, a mais de 100 kms de Beja, onde foi encontrada uma vaga. Apesar de ter vários familiares em Beja, nenhum prestava grande atenção afetiva ao septuagenário.

Contatada a Fundação S.Barnabé, em Beja, quaisquer esclarecimentos foram remetidos para a administração. Via telefone e e-mail foi contatada a instituição, e pedidos esclarecimentos, mas, não houve disponibilidade por parte dos gestores da Fundação em prestar informações.

Por seu turno, Helena Barreto, diretora do Centro Distrital de Beja da Segurança, referiu que “a responsabilidade e as explicações deveriam ser dadas pela Fundação”. No entanto justificou que “logo que tivemos conhecimento da situação, resolvemos a mesma de imediato”, rematou.

De acordo com o site da Fundação, esta desenvolve as suas atividades em S.Barnabé, Almodôvar, Beja, Quarteira, Moura, Pombal, Leiria e tem novos projetos em Évora e Faro.

Teixeira Correia

(jornalista)


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