Cabeça Gorda (BEJA): Ferróbico em destaque no Jornal de Notícias.


Clube Recreativo e Desportivo de CABEÇA GORDA (Beja)-“FERRÓBICO”:  Mais do que um clube, uma “escola de saberes e paixão”.

ferobico-emblema_800x800Hoje em destaque no suplemento Ataque do Jornal de Notícias (JN), está o Clube Recreativo e Desportivo de CABEÇA GORDA (Beja)-“FERRÓBICO”. O nome, o chaparro, o Penafiel e o “terródromo”, são lembrados no ano que o clube celebrou 40 anos.

Quando a “malta da bola” fala do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda, concelho de Beja, três nomes são de imediato associados: “Ferróbico, Chaparro e Penafiel”.

Quando a agremiação jogava nas competições da FNAT, atual INATEL, sofria grandes cabazadas (goleadas), mas marcava um golo, e na aldeia havia sempre alguém que dizia: “ferrámos o bico (marcámos um golo)”. Daí ao clube ficar conhecido como o “FERRÓBICO”, foi um ápice. O emblema com uma águia de bico bem afiado justifica a alcunha.

No campo de jogos, que tem o nome do agricultor e grande amigo do clube, José Agostinho de Matos, que além das instalações para a sede, ofereceu o terreno para o campo de jogos, mas com uma condição: nunca arrancar o chaparro que existia no local. E passados 40 anos da fundação da agremiação, lá está o chaparro altaneiro, mesmo depois de em 2008 o campo ter recebido um relvado sintético.

O triângulo é fechado pelo nome do F.C.Penafiel, então primodivisionário, treinado por António Oliveira, que em 4 de janeiro de 1981, foi eliminado da Taça de Portugal pelo Cabeça Gorda, com António Dionísio, “Macarrão”, como treinador.

Os 1600 habitantes da terra, vivem o clube com muita paixão e o Ferróbico, faz parte do seu dia-a-dia. Entre os treinadores e jogadores que passaram pelo clube, todos são unânimes em dizer que “foi um orgulho vestir a camisola verde do Ferrobico”.

O clube disputa esta temporada o Distrital de Beja da 2ª Divisão e já ganhou a Taça de Honra e dá-se a feliz coincidência de que o atual presidente, também jogador, Sérgio Jacinto é filho do primeiro presidente do clube, popularizado como o “Cascalheira” e que o liderou durante 17 anos. Por seu turno o treinador é filho do guarda-redes, Luís Prazeres, que eliminou o Penafiel.

“O momento do clube não era o melhor, algo afastado da aldeia, vivendo problemas financeiros e senti que deveria dar o meu contributo, como o fez o meu pai. Se fico 17 anos como ele ? Comecei agora”, sustenta Serginho, como é conhecido na terra. “O plantel é maioritariamente composto por jogadores da terra. Há jovens até aos 20 anos e depois alguns mais velhos, mas, com muitos anos de clube”, justifica. O futebol sénior é a “alavanca”, mas o clube tem também uma equipa de infantis e outra de petizes.

Além do subsídio anual da autarquia, a ajuda da junta de freguesia local e ofertas de alguns sócios mais “abonados”, os bailes na sede do clube e as rifas são o suporte económico.

Ideia brilhante teve em 2008, o presidente de então, José Carlos Dias, que decidiu vender em pequenas bilhas de barro, o terródromo (a terra) do campo que ia receber o relvado sintético, construído pela Câmara de Beja. “Se o Real Madrid, o Benfica e o Sporting, vendem a relva, porque não havemos de vender a terra do campo José Agostinho de Matos”. E se bem o pensou e disse, melhor o fez.

Nos últimos anos o clube tem vivido no sobe e desce de divisão e perante alguma instabilidade diretiva. Natural de Cabeça Gorda, Vítor Picado, vice-presidente da Câmara de Beja, também já foi presidente da direção do Ferróbico.

Este ano o objetivo do clube não foge à regra, subir ao escalão maior da Associação de Futebol de Beja. Jogados 10 jogos, 8 da taça e 2 do campeonato, o Ferróbico, conseguiu 10 vitórias.

“Já ganhámos a taça de Honra, queremos subir à 1ª divisão e se juntarmos o título de campeão da 2ª divisão tanto melhor, além de sonharmos com a Taça Distrito”, sustenta o também jogador que “pelo facto de ser o presidente não tenho lugar cativo como titular. O treinador é que manda”, graceja o novel presidente.

a figura

À beira de completar 42 anos, José Luís Prazeres, está na terceira temporada como treinador, depois de ter liderado o Salvadense e o Desportivo de Beja.

Vinte anos depois regressou ao Ferróbico, agora como treinador, onde há duas semanas conseguiu o primeiro título. Como jogador foi também no Cabeça Gorda que se sagrou Campeão Distrital e daí saiu para o Salgueiros.

“É um regresso a um clube onde me tornei Homem. Aqui consegui os meus primeiros títulos, como jogador e como treinador e onde o meu pai também foi campeão”, justifica.

O “Salgueiral” era treinado por Carlos Manuel e o adjunto era o bejense Francisco Agatão que conhecia o potencial do Zé Luís e o levou na companhia de Rui Casimiro para Paranhos.

Fafe, Campomaiorense, Moura, Aljustrelense e Castrense foram outros dos muitos emblemas representados como jogador, numa carreira que durou 21 anos.

Bilhete de Identidade

Passe curto

Fundação: 25/03/1976

Local de jogos: Campo de Jogos José Agostinho de Matos

Sócios: 500

Equipamento: Camisola e calção verdes e meias brancas

Palmarés: Campeão Distrital da 1ª Divisão da A.F.Beja (1979/80 e 1995/96), Campeão da 2ª Divisão da A.F.Beja (2009/10), Vencedor da Taça da A.F.Beja (2011/12) e Vencedor da Taça de Honra da 2ª Divisão da A.F.Beja (2011/12)

Outras modalidades: BTT, Cicloturismo, Columbofilia e Grupo de Dança-“Just Kolors Dance”

Passe longo

Não é só no futebol que o nome do Ferróbico é conhecido. Também nas duas rodas o clube é uma agremiação de referência.

A Secção de BTT e Cicloturismo promove um raid de btt, denominado “Por Terras de Mato”, homenageando um antigo atleta, João Bento.

Em finais de maio, meio milhar de betetistas oriundos de todo o país rumam a Cabeça Gorda. Lá estão sempre Vítor Gamito, ex-ciclista profissional, e os Irmãos Rosado, cantores do duo “Anjos”.

O jantar do dia anterior e o almoço após o raid, são servidos no campo de jogos, debaixo do chaparro altaneiro. Para manter “a qualidade”, o clube não recebe mais do que 500 inscrições.

 

Plantel

Guarda-redes: Bagulho e Pedro.

Defesas: Careca, Coelho, Xico, George, Kiko, Engrola, Pipe e Marco.

Médios: Febras, “Pé-de-Gesso”, Semedo, Nelson, Serginho, João Guerreiro e Romão.

Avançados: Toy Cavaco, Binho, Kedas, Bernardo e Ayrton.

Equipa técnica: Zé Luís Prazeres (treinador), Manuel Costa “Lela” (adjunto), Quim Zé (massagista) e Zezinho “Marreco” (Chefe de balneário e roupeiro).

Staff:

Sérgio Jacinto (presidente), Joel “Batata”, José Silva “Canhoto” e Hélder “Guga” (vice-presidentes), Francisco George (Tesoureiro) e Ruben Candeias, André Canudo e Zé Luís Nunes (Vogais).

Teixeira Correia

(jornalista)


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