ENQUANTO HOUVER SEGURANÇA, HÁ TURISMO


Assinala-se hoje, dia 27 de setembro, o “Dia Mundial do Turismo”, sendo o turismo considerado um dos maiores setores económicos do mundo, assumindo uma importância vital para a economia de muitos países, que têm neste setor um elemento essencial para o crescimento e desenvolvimento económico.

Rogério Copeto

Coronel da GNR

Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna

A indústria do turismo é uma força vital para muitas economias em todo o mundo, gerando empregos, impulsionando o crescimento económico e permitindo que as pessoas conheçam novos destinos e culturas. No entanto, a segurança desempenha um papel fundamental nessa equação, pois é um fator determinante na decisão dos turistas, para a escolha dos seus destinos e na experiência que irão ter.

A segurança é uma componente primordial para o sucesso do setor do turismo, porque os turistas procuram destinos que ofereçam um ambiente seguro, onde possam desfrutar das suas férias sem preocupações excessivas, e quando a segurança é entendida como uma ameaça, os turistas tendem a evitar determinados lugares, afetando diretamente a indústria local e nacional.

Os governos e as empresas da indústria do turismo têm um papel crucial na promoção da segurança, devendo incluir a implementação de medidas de segurança eficazes em aeroportos, hotéis e locais turísticos, bem como a manutenção da ordem pública. Além disso, a comunicação eficaz sobre a segurança e o fornecimento de informações atualizadas aos turistas desempenham um papel vital na construção da confiança.

A tecnologia também desempenha um papel crescente na segurança do turismo, com sistemas de vigilância avançados, ferramentas de segurança de viagens e outras soluções inovadoras que ajudam a proteger os turistas.

A relação entre segurança e turismo é intrincada e crucial para o sucesso da indústria turística em qualquer destino, porque os turistas procuram experiências memoráveis e emocionantes e a garantia de um ambiente seguro desempenha um papel determinante na escolha de um local para visitar. Neste contexto, a segurança não se limita apenas à ausência de riscos físicos, mas abrange também aspetos relacionados com a segurança sanitária, como a que foi evidenciada durante a pandemia da COVID-19, e por isso se tornou um aspeto crítico no turismo. Os protocolos de saúde e higiene, a vacinação e o controle de surtos são agora fatores fundamentais na tomada de decisão dos turistas, reforçando ainda mais a interdependência entre segurança e turismo.

O equilíbrio entre promover um ambiente turístico acolhedor e garantir a segurança dos visitantes e da população local é um desafio constante, onde a presença de Forças de Segurança visíveis e próximas, e a implementação de medidas de segurança podem fornecer tranquilidade aos turistas, mas em excesso, podem afugentá-los. Por outro lado, um ambiente excessivamente permissivo pode expor tanto turistas quanto residentes a riscos.

A segurança no turismo também está profundamente ligada à perceção dos turistas e notícias de incidentes de segurança podem afetar drasticamente o setor turístico de uma região, levando a cancelamentos e prejuízos económicos. Assim, os governos e as empresas do setor turístico devem trabalhar em estreita colaboração para desenvolver estratégias que protejam os visitantes e minimizem as ameaças potenciais.

Em Portugal o turismo é um setor que regista elevados índices de crescimento, não só apresentando benefícios económicos, como assumindo uma importância fulcral na promoção da nossa cultura, língua e costumes.

Pelo que a falta de segurança em Portugal seria um obstáculo significativo para o desenvolvimento do turismo, pois afastaria os turistas, prejudicaria a economia local, desencorajaria investimentos e poderia causar danos duradouros à reputação do país como destino turístico, pelo que é essencial que os governos percebam que nos países onde não há segurança, o turismo frequentemente enfrenta desafios insuperáveis, e isso ocorre por uma série de razões fundamentais que afetam negativamente a indústria do turismo.

A ausência de segurança resulta num ambiente propenso a crimes, conflitos armados e instabilidade política, colocando em risco a segurança dos turistas, que evitam destinos onde sua integridade física não pode ser garantida. A preocupação com assaltos, sequestros ou ataques cria uma imagem negativa e afasta os potenciais visitantes.

Além dos riscos reais, a perceção de risco também é um fator determinante, mesmo que um destino possa não ser tão perigoso quanto parece, se a perceção de insegurança persistir devido a notícias negativas ou cometários negativos de turistas anteriores, o turismo pode sofrer.

A falta de segurança geralmente está associada a infraestruturas inadequadas e serviços básicos precários, como más estradas, falta de energia elétrica, falta de água potável e serviços médicos deficientes podem desencorajar os turistas que procuram conforto e comodidade.

O turismo pode ser uma importante fonte de receita em muitos países, mas a falta de segurança impede o crescimento do setor, resultando em perda de empregos e oportunidades económicas para a população local, podendo-se agravar ainda mais os problemas sociais e económicos.

A instabilidade e a falta de segurança desencorajam o investimento estrangeiro e o desenvolvimento das infraestruturas turísticas, tendo como consequência a ausência de investimentos em hotéis, restaurantes e atrações turísticas em locais onde o retorno é incerto devido à insegurança.

A imagem de um país no cenário internacional é fundamental para o turismo e a falta de segurança pode manchar a reputação de um país e afetar negativamente sua atratividade como destino turístico, e a instabilidade pode resultar na degradação de locais culturais e danos ao meio ambiente, pois a falta de governança pode levar à exploração irresponsável desses recursos.

Concluindo-se que a relação entre segurança e turismo é complexa e multifacetada, sendo o sucesso de um destino turístico dependente da capacidade de encontrar o equilíbrio certo, oferecendo segurança eficaz e garantindo uma experiência positiva aos turistas, e à medida que o mundo evolui, essa delicada dança entre segurança e turismo continuará a ser um desafio central para governos, empresas e turistas em todo o mundo.

Em Portugal como no mundo, a segurança e o turismo estão intrinsecamente ligados, onde um ambiente seguro tem atraído turistas e contribuído para o crescimento da indústria do turismo, mas a falta de segurança poderá ter sérias consequências económicas, pelo que investir em segurança e nas Forças de Segurança é essencial para garantir que o turismo continue a prosperar em Portugal.


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