Caso das viagens pagas à Turquia em 2015, chega hoje a tribunal. Um dos arguidos é funcionário da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo.
Seis anos depois das viagens à Turquia pagas por uma empresa de informática a diversas pessoas, entre as quais quadros e presidentes de câmaras, o caso chega hoje a julgamento no Juízo Central Criminal de Beja, perante um Tribunal Coletivo, presidido pelo juiz Vítor Maneta.
A ANO-Sistemas de Informática, Lda., do Porto, Manuel Amorim, residente em Famalicão, sócio-gerente da empresa e Nuno Mourinho, engenheiro informático da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, estão acusados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora, dos crimes de recebimento indevido de vantagem.
Em causa está uma viagem à Turquia, entre 15 e 21 de abril de 2015, que a empresa designou como “Encontro de Utilizadores-Istambul 2015”, tendo enviado convites a autarcas e outros funcionários públicos de autarquia locais e empresas municipais, em que assumiu o pagamento dos custos inerentes à mesma no valor global de 35.365 euros, procedendo à repartição desse custo pelos intervenientes convidados, a sociedade arguida despendeu com cada um o valor de 885 euros.
O processo teve início após a denúncia de um movimento independente de Penamacor, onde o sócio-gerente da ANO e autarcas foram acusados dos mesmos crimes. Desse caso foram extraídas certidões, onde se inclui o da autarquia de Ferreira do Alentejo.
O início do julgamento esteve marcado para meados de janeiro, mas o confinamento por causa do covid-19, do advogado Sílvio Cervan, defensor de uma empresa e do seu dono, levou ao adiamento do processo. Cervan é vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica e homem muito próximo de Luís Filipe Vieira que estava infetado com o novo coronavírus, resultado do surto no seio da equipa encarnada detetado nas instalações do Seixal.
Teixeira Correia
(jornalista)