Fúlvio Cavaco Silva, de 37 anos, o líder do trio que ficou conhecido como o “Gangue das Bikes”, foi condenado, em cúmulo jurídico, por um Coletivo de Juízes do Tribunal de Beja a seis anos de prisão prática de onze crimes de furto qualificado e um de burla informática.
Pelos crimes de furto qualificado foi condenado a penas entre os 4 e os 32 meses de prisão, cujo somatório das condenações ascendeu a 10 anos e 9 meses, a que juntou mais 3 meses pelo crime de burla. Na leitura do acórdão, que ocorreu na tarde de quinta-feira, a presidente do Coletivo justificou que “os seis anos de prisão, são um cúmulo muito simpático”, concluiu.
Apesar dos furtos terem ascendido a 11.838,99 euros, os juízes condenaram o arguido à perda de vantagem de 1.705 euros, o valor pelo qual os velocípedes furtados foram vendidos numa loja de venda de material em segunda mão e ao arresto da viatura, onde foi apanhado a fazer o transporte dos bens levados dos locais onde se encontravam.
Sara Arede, de 32 anos, companheira do arguido, respondia por nove crimes de furto qualificado, dos quais foi absolvida e seis crimes de recetação, cujas penas de prisão variaram entre os dois e os doze meses, num total de 3 anos e 8 meses. Foi condenada em cúmulo a uma pena de 2 anos e 4 meses de prisão, suspensa na sua efetivação.
Um terceiro arguido, Fábio Filipe, de 33 anos, foi condenado um crime de recetação, a uma pena de 1 ano de prisão, suspensa na sua efetiva. Nas alegações finais o advogado deste arguido pediu à presidente do Coletivo para não o condenar a uma pena de multa porque não teria dinheiro para pagar a mesma.
O “Gangue das Bikes”, praticou os furtos entre 28 de janeiro e 31 de março de 2023, introduzindo-se nas garagens dos prédios de onde levavam as bicicletas, depois dirigiam-se a Lisboa, e apresentando-se como legítimos proprietários, fizeram a venda dos velocípedes furtados à loja de Cash Converters, “Cashtrade, Lda”.
A detenção do “Gangue das Bikes” ocorreu no dia 12 de abril de 2023, tendo a investigação a cargo de agentes da Esquadra de Investigação Criminal (EIC) do Comando de Beja da PSP, conduzido à recuperação de todo o material furtado na posse da loja, em Lisboa, onde estavam à venda.
Fúlvio Cavaco Silva e Sara Arede, fizeram “tábua rasa” das notificações enviadas pelo tribunal para a sua residência em Alfundão, concelho de Ferreira do Alentejo e não compareceram a nenhuma sessão do julgamento, nem leitura do acórdão. Foram emitidos mandados de detenção para condução a julgamento, mas a GNR não localizou os arguidos na morada.
Teixeira Correia
(jornalista)