Guadiana: Descargas na barragem do Pedrogão aumenta leito do rio.
A Proteção Civil de Serpa alerta a população para aumento de cota da barragem do Pedrogão e descargas no rio Guadiana.
O Serviço Municipal de Proteção Civil de Serpa (SMPCS) emitiu, na página do Município, um alerta à população e visitantes da cidade para as descargas e a efetuar para o aumento do nível do Guadiana.
Na nota divulgada pode ler-se que “o Município de Serpa através do Serviço Municipal de Proteção Civil, dando cumprimento aos deveres da salvaguarda de pessoas e bens, alerta para a adoção de medidas preventivas de salvaguarda de bens materiais e animais, nas áreas confinantes com o rio Guadiana”, informando que durante o dia 27 de fevereiro “a albufeira da barragem do Pedrogão irá sofrer um aumento de cota no seu plano de água ao longo do dia” e que nos dias 28 e 29 de fevereiro “há a previsão de subida o nível do rio Guadiana para caudais de cheia a jusante da barragem do Pedrógão”, rematam.
Na comunicação, o SMPCS justifica que tal alerta resulta da comunicação articulada entre a EDIA e a EDP Produção “para a manutenção do regime de caudais ecológicos definidos para as albufeiras do Alqueva e Pedrogão”, concluem.
Enchimento de Alqueva e Pedrogão
De acordo com a página da EDIA, às 23,00 do passado dia 20 de fevereiro a barragem de Alqueva estava à cota 149,94 metros a 2,06 metros do enchimento total, com um volume de 3609,52 hm3, com uma percentagem de 86,97% da sua capacidade total de 4150 milhões de metros cúbicos.
Às 23,00 do passado dia 21 de fevereiro a barragem de Pedrogão estava à cota 84,36 metros a 0,46 metros do enchimento total, com um volume de 96,69 hm3, com uma percentagem de 91,21% da sua capacidade total de106 milhões de metros cúbicos.
13 de janeiro de 2010: Descargas matam gado no Alqueva
A repentina subida das águas do rio Guadiana, provocada pelas descargas de Alqueva, arrastou 71 cabeças de gado para a morte. Os animais, que se encontravam a pastar na Herdade da Lezíria do Guadiana, perto de Quintos, Beja, foram surpreendidos pela forte corrente causada pelo débito de um milhão de litros por segundo de águas do Alqueva. Ao todo, segundo as contas do proprietário, morreram afogadas três vacas, 24 borregos, 27 cabras e 17 ovelhas.
Alqueva: Simulação de uma cheia no rio Guadiana
No dia 1 de março, Alqueva libertou 300 m3/s a partir da barragem de Pedrógão, simulando assim um caudal de cheia, essencial para a “limpeza” do leito do rio Guadiana até à foz, garantindo o cumprimento do regime natural daquele curso de água.
No contrato de concessão celebrado entre o Estado Português e a EDIA, está prevista a simulação de um caudal de cheia, a jusante da barragem de Pedrógão, caso as afluências naturais, em ano não seco, não atinjam valores iguais ou superiores a 300m3/s desde o início de novembro na secção do Pulo do Lobo.
Na altura a EDIA previa que o caudal a descarregar “deve sofrer um aumento gradual durante cerca de 3 horas e um decréscimo gradual de idêntica duração na fase final. Esta condição é designada por Caudais de Cheia. O volume libertado com esta operação, cerca de 46 hm3, representa menos de 5% do volume encaixado em Alqueva durante o mês de dezembro, não colocando em causa a garantia de abastecimento que Alqueva oferece.
Teixeira Correia
(jornalista)
Foto: portugualfotografiaaerea.blogspot.com
