INEM: Ambulâncias paradas por causa da nova cor. Há três corporações no distrito afetadas.


A caracterização das novas ambulâncias do INEM é ilegal e o Instituto dos Transportes está a negar licenças para deslocação de doentes. Alvito, Barrancos e Cuba, entre as corporações de bombeiros afetadas.

A caracterização das novas ambulâncias de emergência médica sediadas nos bombeiros não está legalmente regulamentada. Os novos veículos, vermelhos na traseira e com a identificação da corporação a que pertencem, estão a chumbar na hora da emissão da licença de transporte de doentes pelo Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), o último passo antes de poderem circular legalmente.

Entre mais de uma dezena de ambulâncias afetadas por este imbróglio jurídico-burocrático, que pode pôr em causa o socorro às populações, estão dez corporações do Alentejo, sendo três do distrito de Beja, Alvito Barrancos e Cuba, duas do de Évora, Mourão e Viana do Alentejo, e cinco do distrito de Portalegre, Arronches, Castelo de Vide, Crato, Marvão e Mourão.

Os protocolos entre o Instituto de Emergência Médica (INEM) e as corporações de bombeiros para a constituição de novos Postos de Emergência Médica (PEM), foram assinados no início de agosto de 2017.

Segundo apurou o Lidador Notícias (LN) junto de uma fonte conhecedora do processo, cada corporação de bombeiros recebeu 50.000 euros, divididos em duas rubricas, uma de 45.000 e outra de 5000 euros, podendo “cada instituição comprar onde e a quem quisessem, mas segundo as características e as normas definidas pelo INEM, como era o caso das cores”, justificaram.

Submetidas à inspeção, o IMT “não passa o Documento Único, uma vez que as cores que as viaturas ostentam, no caso o vermelho, não estão de acordo com a lei. Ou há uma alteração à legislação em vigor ou as viaturas vão ficar paradas e o socorro às populações pode ficar em risco”, concretizou a nossa fonte, que afirma “não perceber porque razão o IMT aprovou a viatura dos bombeiros do Pinhal Novo e não aprova as outras”, lamenta.

Segundo apurou o LN, dentro da política de aquisições das ambulâncias, cinco corporações, Alvito Barrancos, Cuba, Viana do Alentejo e Mourão, juntaram-se para “adquirirem as viaturas em conjunto e ao mesmo fornecedor e assim conseguir um preço mais vantajoso”, revelaram ao nosso jornal.

Dois pesos duas medidas- Caso dos Bombeiros do Pinhal Novo

Ao Jornal de Notícias (JN), Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, considera a situação “caricata e irresponsável”, sustentando que a atitude do IMT “é incompreensível”, que a mesma entidade “tenha emitido licença para a nova ambulâncias da corporação de Pinhal Novo”, concluiu.

Teixeira Correia

(jornalista)


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