O júri do Prémio Literário Joaquim Mestre, formado por André Andraus, António Saez Delgado e Sara Rodi, reunido no dia 9 de abril, deliberou que o grande vencedor da 3ª edição do Prémio é a obra «Guadiana», da autoria de João Céu e Silva.
Numa edição pautada pela qualidade dos originais a concurso, a obra vencedora, de acordo com o parecer do júri, é um texto sólido e consistente do ponto de vista da escrita e do enredo, com uma trama bem construída, com boa interligação entre os momentos narrativos e com um final surpreendente. Uma história que é natural ao Alentejo, explorando uma visão singular do território, uma visão desprendida do fatalismo romântico da região, com a água e o rio no foco da narrativa.
O júri atribuiu ainda uma menção honrosa ao original «Para lá do sol-posto», da autoria de António José da Costa Neves.
O Prémio Literário Joaquim Mestre tem uma periodicidade bienal e é um prémio instituído pela ASSESTA – Associação de Escritores do Alentejo, em parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo e com o apoio da Câmara Municipal de Beja.
O Prémio Literário Joaquim Mestre tem como objetivos: promover, defender e valorizar a língua portuguesa e a identidade e diversidade cultural da região Alentejo, incentivando a criação literária na modalidade de romance e o gosto pela leitura, e, simultaneamente, homenagear o romancista e contista alentejano Joaquim Mestre.
A cerimónia de entrega de prémios e de lançamento da obra vencedora acontecerá durante o mês de outubro de 2022, na Biblioteca Municipal de Beja – José Saramago.
Quem é João Céu e Silva
Nasceu em Alpiarça em 1959, e viveu no Rio de Janeiro, onde se licenciou em História. Desde 1989 que é jornalista e colaborador do Diário de Notícias. Recebeu em 2021 o Prémio Carreira de Jornalismo do festival literário Escritaria e publicou neste mesmo ano Uma Longa Viagem com Vasco Pulido Valente, o sexto volume de uma série, que conta com outros autores: José Saramago, António Lobo Antunes, Miguel Torga, Álvaro Cunhal e Manuel Alegre. Além da investigação literária, tem a histórica: Álvaro Cunhal e as Mulheres que Tomaram Partido, 1961 – O Ano que Mudou Portugal, 1975 – O Ano do Furacão Revolucionário e Fátima – A Profecia Que Assusta o Vaticano. Em 2013, recebeu o Prémio Literário Alves Redol com o romance A Sereia Muçulmana. Na ficção publicou também 28 Dias em Agosto, A Hora da Ilusão, Adeus, África e A Segunda Vida de Fernando Pessoa.